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24.01.2025A arte de reger uma orquestra: saiba o que significam os movimentos do maestro
Na 42ª Oficina de Música de Curitiba, que vai até 2 de fevereiro, a arte da regência ganha destaque, com dezenas de maestros liderando diferentes grupos musicais. Este ano, a procura pelos cursos de regência superou as expectativas dos organizadores: 92 alunos se inscreveram em quatro disciplinas — Orquestra Sinfônica, Banda Sinfônica, Coro Adulto e Coro Infantojuvenil.
Entre as funções do maestro estão interpretar as obras musicalmente, considerando o contexto histórico e cultural em que foram criadas, preparar ensaios e conduzir as apresentações. No entanto, para Abel Rocha, curador de Música Erudita da Oficina e professor de regência de orquestra sinfônica, o papel do maestro vai além da liderança musical.
“Regência é principalmente um trabalho de gestão, de tempo, de pessoas e de recursos. Durante o concerto, controlar o tempo é controlar a emoção. Ensaiamos para, na hora da apresentação, reagir ao inesperado,”, destaca Abel.
De Vitória da Conquista (BA), Vicente Sanches é um dos 50 alunos que atravessam o Brasil para participar da Oficina de Música de Curitiba. Motivado pela falta de oportunidades em sua cidade natal, o jovem estudante encontrou na regência uma forma de realizar o desejo de fazer música em conjunto.
“Acho que por morar no interior e não ter tantas oportunidades, eu sempre tive essa vontade. O maestro deve ser alguém que não só lidera, mas também acrescenta ao processo, fazendo tudo fluir melhor e otimizando o trabalho”, reflete Vicente, que participa da Oficina pelo segundo ano consecutivo.
Mulheres na regência: uma homenagem à pioneira Chiquinha Gonzaga
Nesta edição, a Oficina presta homenagem à compositora e regente brasileira Chiquinha Gonzaga (1847–1935), a primeira mulher a conduzir uma orquestra no Brasil. Entre os inscritos na classe de regência da 42ª Oficina de Música de Curitiba, 38 são mulheres. Esse número reflete o crescimento gradual da presença feminina no campo da regência, tanto no Brasil quanto no exterior.
Assim como Chiquinha, muitas regentes ainda enfrentam desafios em busca de reconhecimento.
“O cenário musical no Brasil caminha em sintonia com o exterior. Muitas mulheres têm realizado trabalhos de excelência à frente de orquestras, mas a visibilidade depende das instituições que acreditam que a música independe de gênero”, ressalta a maestra Natalia Larangeira, que é especialista em ópera, balé e repertório sinfônico e uma das professoras e regentes da 42ª Oficina de Música de Curitiba.
Mara Campos, professora de regência de canto coral, aponta para uma transformação nos espaços ocupados na regência. “Há também um trânsito maior, com homens entrando em áreas que tradicionalmente eram ocupadas por mulheres. Os novos compositores são muito importantes nesse processo, pois promovem uma identificação maior”, analisa Mara.
Entenda a regência
Na hora do ensaio e da apresentação, o maestro usa gestos pra guiar os músicos e mostrar como quer que a música soe. Confira os principais pontos:
Ritmo e tempo: diz qual a velocidade da música.
Entradas: mostra quando cada instrumento ou solista tem que começar a tocar.
Dinâmica: indica se a música deve ser mais baixinha (piano) ou mais alta (forte).
Expressão: são gestos que deixam a interpretação mais emocionante.
Significado de alguns movimentos
1. Mão subindo: quer que o som fique mais forte.
2. Mão descendo: o volume diminui ou é o fim de uma parte da música.
3. Palma da mão virada pra baixo: pede pra tocar mais suave, no estilo “piano”.
4. Movimento em círculo com as mãos: mantém o ritmo certinho e dá uma sensação de continuidade.
5. Braço direito esticado: sinal para destacar a entrada de um solista.
6. Apontar o dedo indicador: chama atenção para algum detalhe ou ajuste importante.
A 42ª Oficina de Música de Curitiba é realizada pelo Instituto Curitiba de Arte e Cultura, Fundação Cultural de Curitiba e Prefeitura de Curitiba, com patrocínio do grupo Volvo e Sanepar – Companhia de Saneamento do Paraná. Também apoiam o evento: Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR), Centro Cultural Teatro Guaíra, Escola de Música e Belas Artes do Paraná – Campus Curitiba I da Universidade Estadual do Paraná (UNESPAR), Universidade Federal do Paraná – Pró-Reitoria de Extensão e Cultura (PROEC), Família Farinha, LAMUSA – Laboratório de Música Antiga, Rádio Educativa 91.7 FM, TV Paraná Turismo, Hard Rock Cafe e Bicicletaria Cultural.
Autor: Assessoria de Imprensa
Fonte: Fundação Cultural
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