20.08.2025Academia Paranaense de Letras vai ganhar busto de Machado de Assis

 A Academia Paranaense de Letras vai ganhar um presente de Curitiba: um busto do escritor e maior símbolo da literatura brasileira, Machado de Assis. A obra será entregue durante o III Festival da Palavra de Curitiba, que acontece de 10 a 14 de setembro, conforme anunciou o prefeito Eduardo Pimentel durante visita na semana passada à sede da instituição, no Belvedere, no bairro São Francisco.

A escultura carrega um simbolismo especial não apenas para a instituição, mas também para a jovem artista responsável pela obra, Carol Fantinati, que desenvolveu a peça em bronze no ateliê do Memorial Paranista, em 2023, quando era residente no espaço.

Na época, ela não tinha ideia de onde iria parar o busto que produziu em homenagem a seu autor favorito. “Fiquei muito feliz em saber que ele será destinado à Academia Paranaense de Letras, ainda mais dentro de um evento ligado à literatura. É muito especial”, disse Carol.

A artista é admiradora de Machado de Assis, especialmente da fase realista do autor, marcada por obras como Memórias Póstumas de Brás Cubas, Quincas Borba e Dom Casmurro. Para o busto, ela escolheu uma representação clássica, retratando o escritor em uma fase intermediária da vida. “Nem muito jovem, nem muito velho”, explica.

A entrega da escultura marca também o início de um projeto pessoal da artista, o de imortalizar escritores por meio da arte escultórica. “Minha ideia é fazer esculturas de escritores. Ele foi o primeiro, e a próxima da minha lista é Clarice Lispector”, adianta.

O busto de Machado de Assis ficará instalado na sacada do Belvedere, sede da Academia Paranaense de Letras, com vista para a futura Rua da Literatura.

Dos livros para a escultura

Leitora apaixonada, a atual trajetória artística de Carol foi moldada pelo seu contato com universo dos livros. Ainda na infância, a leitura de obras de autores como Ziraldo e Maurício de Sousa despertou seu gosto pelo desenho, que mais tarde se transformaria em interesse pela escultura.

“Eu lia os livros deles e de outros autores também, e como tenho uma memória muito visual, desenhava sem parar o que via nos livros. Acredito que a literatura, especialmente a infantil, me influenciou muito artisticamente e o desenho foi o primeiro passo que me levou até a escultura”, relata Carol.

A primeira obra ela fez ainda na cidade natal, Campo Mourão, no interior da Paraná. Trata-se de uma homenagem à literatura infantil. Uma menina sentada com um livro nas mãos. Depois veio para Curitiba fazer residência artística no Ateliê de Esculturas do Memorial Paranista e decidiu pela carreira na área de artes visuais. Hoje ela é aluna da Faculdade de Belas Artes do Paraná.

 

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