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23.04.2020Mediadores usam a criatividade para aproximar o público dos livros

Nas Casas da Leitura da Fundação Cultural ou nos projetos de incentivo à leitura que acontecem fora delas, todos os dias – e não só o 23 de abril – são considerados Dia do Livro. Por isso, manter suas prateleiras recheadas de exemplares variados é apenas um dos recursos empregados nestes espaços para despertar a curiosidade do público sobre o conteúdo de cada um deles.

Para formar novos leitores interessados em literatura e arte – e quem sabe escritores e poetas – as equipes de cada local, até a quarentena contra o coronavírus, vinham lançando mão de rodas de leitura e clubes de leitura, contação de histórias, literatura delivery e consultas on-line do acervo, onde até obras raras estão catalogadas.

Comum a todos os espaços, as rodas de leitura são alternativas sob medida para públicos específicos. Assim, acontecem atividades agendadas com temas e abordagens específicos para crianças das diversas etapas do ensino regular, adolescentes e maiores de 50 anos. Mesmo que eles saiam de lá sem emprestar livros, levam um pequeno texto ou poema que podem voltar a ler em casa e com os familiares, também envolvidos na proposta de aproximação com a leitura.

Para atingir os adolescentes, os clubes de leitura lançam mão dos textos instigantes, como suspense e outros gêneros literários. Já com os idosos, que em geral comparecem em grupos organizados pela Fundação de Ação Social (FAS), os temas selecionados pelos mediadores de leitura em bate-papos informais tratam de histórias da tradição oral e de humor, além de reflexões trabalhadas por autores mais velhos ou sob a perspectiva de personagens ou eu-líricos maduros.

Para quem vai prestar vestibular na Universidade Federal do Paraná, existe a leitura compartilhada e comentada das obras selecionadas pela comissão do vestibular da instituição. É o Clube de Leitura do Vestibulando, que é aberto ao público.

Onde o leitor estiver

A criatividade dos mediadores de leitura para seduzir o público não para aí. Kely Medeiros, da Casa da Leitura Walmor Marcelino, no Bairro Novo, concebeu o Pedal Social. De bicicleta, ela leva poemas e contos curtos, que lê para pessoas do bairro que encontra em seu trajeto. Os próprios interessados podem fazer a leitura durante uma breve parada, a caminho do trabalho, da escola ou do ponto de ônibus.

Outra estratégia da mediadora é estender a roda de leitura a quem não pode ir até o espaço cultural ou tem mais dificuldade para chegar lá. É o caso da equipe e das pacientes da Maternidade Bairro Novo, que tiram um tempinho para ler e comentar contos em grupo.

Sensibilizando a vizinhança

No Guabirotuba, a Casa da Leitura Nair de Macedo é outro exemplo de como a literatura pode chegar às pessoas sem que elas precisem, necessariamente, ir até o local. Para sensibilizar o público e atrair novos leitores para a Casa da Leitura ou as estantes de outras bibliotecas, o mediador Eli Bruno do Prado e estagiários vinham promovendo o Leitura na Praça. O projeto consiste em recitar poemas para adultos e crianças que frequentam ou passam pela praça Flausina Ribeiro de Loyola, em frente à Casa da Leitura, e concordam em participar da intervenção literária. Todos voltam para casa levando cópias dos textos que ouviram.

No meio de um bairro residencial em que muitos moradores saem cedo e só voltam à noite, depois do trabalho ou dos estudos, a equipe da unidade também tem outra solução para a falta de tempo do seu provável público. Mediadores e estagiários presenteiam os moradores depositando textos e poemas selecionados, em suas caixas de correio.

Para atingir o mesmo objetivo de fazer a leitura chegar aos leitores mesmo que eles não estejam nas Casas da Leitura, equipes de toda a rede de unidades da Fundação Cultural visitam periodicamente Centros de Atenção Psicossocial (os Caps, unidades de atendimento em saúde mental da Secretaria Municipal da Saúde) e os Centros POP (espaços da FAS para atendimento diurno de pessoas em situação de rua).

A tecnologia também está sendo chamada para aproximar livros e leitores. É o caso da plataforma Pergamum, desenvolvida Pela Pontifícia Universidade Católica e usada pela Fundação Cultural para facilitar a pesquisa e o acesso do público a seus documentos em texto ou imagens.

Além de informar sobre os 102 mil exemplares distribuídos na rede de unidades de leitura, o sistema informatizado reúne fotografias e filmes históricos. Também fazem parte dele obras raras mantidas pela Casa da Memória, no Centro Histórico. Entre eles está o Livro Tombo – a certidão de nascimento de Curitiba, escrita à mão, há 327 anos, e que é mantido em ambiente climatizado.

 

Autor: Assessoria de Imprensa

Fonte: Fundação Cultural de Curitiba

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