09.09.2025Festival da Palavra de Curitiba tem espetáculos baseados em obras de Dalton Trevisan e Clarice Lispe

Duas peças teatrais se destacam na programação do III Festival da Palavra de Curitiba por levar aos palcos a obra de dois grandes escritores brasileiros. Espetáculo inédito, Que Fim Levou o Vampiro de Curitiba?, do diretor curitibano João Luiz Fiani, revisita vários contos de Dalton Trevisan. Outra atração é o monólogo Água Viva Clarice, adaptação da obra de Clarice Lispector encenada pela atriz carioca Natália Barros.

Que Fim Levou o Vampiro de Curitiba? estreia no Festival da Palavra com apresentações de quinta (11/9) a sábado (13/9), às 18h, no Auditório da Biblioteca Pública do Paraná.

Os 12 contos que compõem o espetáculo foram selecionados pela escritora Luci Collin, entre histórias e personagens mais representativos do universo do autor. Em cena, cinco atores interpretam os textos. A trilha sonora tem músicas ao vivo de um dos maiores compositores do Paraná, Palminor Rodrigues Ferreira, o Lápis (1948-1976).

Dalton Trevisan faleceu em dezembro de 2024 aos 99 anos, consagrado como um dos maiores contistas brasileiros. “Celebrar os 100 anos de Dalton Trevisan é revisitar a alma de Curitiba, que ele traduziu com precisão em seus contos”, diz o diretor João Luiz Fiani, que em sua carreira encenou várias peças baseadas na obra de Dalton: Mistérios de Curitiba, O Vampiro e a Polaquinha, Receita de Curitibana, O Beijo do Vampiro, Virgem Louca Loucos Beijos, O Vampiro contra Curitiba.

Para Fiani, que foi amigo do contista, cada espetáculo é uma oportunidade de mergulhar na genialidade do escritor.

“Dalton mostra a cidade nua e crua, sem maquiagem, sem perfumaria, com a verdade da vida cotidiana – com leite quente, pinhão sapecado, o santificado e o pecado lado a lado – aquilo que poucos ousavam enxergar. É essa Curitiba real, autêntica e sem disfarces que permanece viva em seus contos e em nossa memória”, afirma o diretor.

O elenco é formado por Simone Spoladore, Alisson Diniz, Marcyo Luz, Viviane Gazotto e César Almeida. O diretor de produção é Alisson Diniz, a direção musical é de Marcyo Luz e a iluminação, de Eduardo Delfino.

Viva Clarice
Depois de conquistar plateias no Rio de Janeiro e em São Paulo, a peça Água Viva Clarice tem única apresentação no III Festival da Palavra de Curitiba. Será domingo (14/9), às 15h, no Teatro do Memorial de Curitiba.

Concebido pela atriz Natália Barros, o monólogo é uma adaptação do livro Água Viva, escrito por Clarice Lispector em 1973. O espetáculo nasceu quando o livro completou 50 anos de sua publicação. No texto, a protagonista fala em tom de confidência e lança reflexões sobre a vida, a morte, o sonho, o medo, a coragem, a alma e a arte da criação.

“A peça trata de questões profundas, questões do cotidiano, de maneira tão contundente e tão bonita como essa escritora que a gente ama costuma fazer”, diz Natália.

Serviço
III Festival da Palavra de Curitiba (10 a 14 de setembro)

Espetáculos

Que Fim Levou o Vampiro de Curitiba – Direção de João Luiz Fiani
Local: Auditório da Biblioteca Pública do Paraná (R. Cândido Lopes, 133 – Centro)
Datas: de 11 a 13 de setembro, às 18h
Entrada grátis

Água Viva Clarice – com Natália Barros
Local: Teatro do Memorial de Curitiba (R. Dr. Claudino dos Santos, 79 – São Francisco)
Data: 14 de setembro, às 15h
Entrada grátis

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