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24.09.2015Dia do Cigano é comemorado pela comunidade em Curitiba
As músicas e os ritmos ciganos embalaram a tarde desta quarta-feira (23) no Memorial de Curitiba, onde os integrantes da comunidade residente em Curitiba estiveram reunidos para comemorar pela primeira vez o Dia Estadual dos Ciganos. Com trajes típicos, saias rodadas coloridas e muitos adereços, as ciganas fizeram apresentações de danças e mostraram um pouco da importância da mulher na cultura desse povo. A participação do homem cigano também é marcante na apresentação de músicas típicas.
A comunidade cigana em Curitiba é composta de aproximadamente 300 pessoas.
“Organizamos essa agenda para dar visibilidade ao povo cigano em Curitiba e no Paraná, que ainda sofrem muita discriminação”, afirmou o assessor de Direitos Humanos da Prefeitura de Curitiba, Igo Martini. A comemoração foi organizada em parceria com a Fundação Cultural de Curitiba. “Não há política cultural sem que, em primeiro lugar, se respeite a diversidade. O segundo ponto importante é o de garantir o nosso direito à memória”, ressaltou o presidente da Fundação Cultural, Marcos Cordiolli.
Para lembrar as raízes históricas e de memória, os ciganos armaram barracas no piso térreo do Memorial. No local, deixaram em exposição objetos e símbolos tradicionais, como uma imagem da santa Sara Kali, padroeira dos povos ciganos. De tradição milenar, até décadas passadas o casamento só acontecia entre os clãs ciganos, atualmente já se permite o casamento com pessoas de fora dos clãs.
No entanto, ainda se mantém uma das características mais tradicionais que é a função do homem de comercializar, enquanto a mulher deve sair às ruas uma vez por semana para a leitura de mãos, entre as mais conhecidas. A tradição habitualmente é exercida pelas mulheres mais velhas, “que tem mais sabedoria”, chamadas de Babas, mas elas também se dedicam a leitura de runas e baralhos.
As mulheres ciganas garantem que a leitura de mãos é uma cultura milenar repassada de mãe para filha. A cigana Iglacir Santos Gavião, de 80 anos, explicou que as mulheres que atualmente vão para as ruas são as acampadas. “Elas fazem a leitura de mãos para ajudar ao marido. Vivemos em nossas casas hoje, mas há muitos ciganos pelas ruas, debaixo das pontes, que são muito marginalizados porque acreditam que o cigano mata e rouba.”
“Esta comemoração é muito importante. É preciso trabalhar pela superação do preconceito, da discriminação e da perseguição, que o povo cigano sofreu por décadas. Temos que contribuir para um processo civilizatório na construção de uma sociedade melhor e mais justa”, ressaltou o procurador de Justiça, Olímpio de Souto Major Neto. O evento também contou com a presença do Inspetor Cláudio Frederico de Carvalho, da Guarda Municipal, e de representantes das secretarias municipais da Educação e da Mulher.
Autor: Assessoria de Imprensa
Fonte: SMCS
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