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04.09.2013 Papo de Classe debateu propostas para novas linguagens culturais
Em mais um encontro setorial, batizado de “Papo de Classe”, realizado na terça-feira (4), a Fundação Cultural de Curitiba recebeu propostas para o encaminhamento de suas ações nos diversos segmentos artísticos. Desta vez, o encontro permitiu a troca de ideias entre o presidente da Fundação Cultural, Marcos Cordiolli, o superintendente Igor Cordeiro, produtores das áreas de design, moda, gastronomia, arquitetura, além de grupos atuantes nas questões de gênero e raça.
A diversidade de temas não impediu que o debate fosse dos mais produtivos, uma vez que estavam reunidos representantes de segmentos que, em comum, buscam o reconhecimento por parte das políticas públicas, bem como a valorização artístico-cultural de suas produções. Na avaliação de Marcos Cordiolli, não há mais questionamentos quanto à inserção dessas linguagens no campo da cultura. “Com as novas linguagens, o caminho encontra-se pavimentado. O que precisamos a partir de agora é aprofundar o diálogo”, afirmou.
Cordiolli expôs o trabalho que a Fundação Cultural vem desenvolvendo no campo da diversidade e destacou avanços significativos no diálogo com os grupos de cultura afro-brasileira, indígena e cigana, também com instituições voltadas a políticas para a mulher, para a pessoa com deficiência e moradores de rua, e ainda iniciativas de apoio aos grupos LGBTs. “Isso nos coloca diante de um conjunto de situações com as quais queremos lidar”, disse.
Calendário – Muitas propostas foram debatidas na reunião. O cenógrafo Márcio Marins comentou que os grupos LGBTs já vêm buscando há algum tempo a sua inclusão no campo cultural e apresentou a proposta de inserir a “Parada da Diversidade”, que acontece anualmente em Curitiba, no calendário oficial da cidade. “É uma manifestação de direitos, mas também uma manifestação estética. Reúne 150 mil participantes, mas até agora não obteve esse reconhecimento do poder público”, destacou.
O superintendente Igor Cordeiro comentou que a homofobia é um problema sério em Curitiba, que detém um dos maiores índices de violência contra homossexuais. Na sua opinião, o melhor caminho para trabalhar contra o preconceito é por meio da cultura. “Precisamos de ações efetivas para enfrentar essa questão, assim como em relação a todos os grupos que vivem um processo de discriminação”, afirmou. Cordiolli apresentou a proposta de formar um calendário de eventos e ações com datas referenciais que, por uma semana ou em algum momento do ano, evidenciem todos os segmentos ali representados.
A produtora Brenda dos Santos, uma das lideranças da Executiva Nacional de Clubes Sociais Negros, enfatizou a importância das reuniões da Fundação Cultural com os diferentes setores, o que vem ao encontro do que os movimentos sociais reivindicam. “Os movimentos também estão batalhando para que essas políticas públicas sejam construídas”, disse.
Moda e Design – Ao apresentar as questões que envolvem o design, o presidente do ProDesign, Túlio Filho, disse que tentativas iniciais de abrir espaço na Fundação Cultural, desde 2010, foram infrutíferas, mas reconheceu os avanços obtidos na última Conferência Municipal de Cultura, que acolheu várias propostas do setor em suas diretrizes. “Agora vamos ver como colocá-las em prática”, afirmou.
Paulo Martins, produtor de eventos de moda, parabenizou a Fundação Cultural pela realização do “Papo de Classe”. “Parabéns pela ousadia de fazer um debate com os excluídos. Nossas áreas sofrem preconceitos, o que é normal até que se quebrem determinados paradigmas”, disse.
Tanto Paulo Martins quanto Túlio Filho reivindicaram maior representatividade do design e da moda no Conselho Municipal de Cultura. Cordiolli explicou sobre a impossibilidade de se alterar a composição, eleita no primeiro semestre, mas sugeriu que os dois setores realizem fóruns de classe e indiquem alguns representantes para acompanhar as reuniões do Conselho.
Miriam Zanini, que coordena um Ponto de Cultura e trabalha o design com comunidades de baixa renda, levantou o problema do excesso de tributação sobre produtos e empresas ligadas à economia criativa. Cordiolli lembrou que esse tema vem sendo tratado em âmbito federal, sendo uma das questões que estão sendo abordadas pela Secretaria de Economia Criativa do Ministério da Cultura.
Gestora da Rede de Economia Criativa do Paraná, Patrizia Bittencourt Pereira, disse que o “Papo de Classe” representa novos tempos, sendo uma oportunidade “imensa” de ampliar as discussões nessa área. “Esperamos que essas reuniões sejam permanentes, para que as proposta da base cheguem à Fundação Cultural de forma mais sistemática”, destacou.
O “papo de Classe” continua na próxima semana, nos dias 9 e 10 de setembro. As reuniões contemplam as áreas de fotografia e audiovisual.
Autor: Assessoria de Imprensa da FCC
Fonte: Fundação Cultural de Curitiba
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