18.07.2025Novas esculturas e restauros movimentam Ateliê do Memorial Paranista em Curitiba

 O Ateliê de Esculturas do Memorial Paranista, localizado no Parque São Lourenço, funciona em um ambiente que remete a um chão de fábrica, equipado para a produção e restauração de obras de arte públicas. Com fornos, moldes de cera, soldas, fogo e metal, o ambiente é preparado para a criação de esculturas, monumentos e na recuperação de peças históricas que compõem a paisagem de Curitiba.

De dentro do Ateliê já saíram obras como as esculturas de Enedina Alves Marques (1913-1981) e de Barcímio Sicupira Júnior (1944-2021). Atualmente, sob a coordenação dos escultores Rafael Sartori e Edson de Lima, no estão sendo desenvolvidas no ateliê a escultura em homenagem ao escritor Paulo Leminski (1944–1989), que será instalada na Pedreira Paulo Leminski. Em outra frente, está sendo restaurado o mapa metálico da cidade de Curitiba, instalado no piso da Torre Panorâmica, e também peças ferroviárias históricas.

Leminski em metal

Uma verdadeira corrida contra o tempo mobiliza a equipe para preparar os moldes das dez partes que vão compor a escultura de Paulo Leminski. Nesta etapa, Sartori está finalizando os moldes em cera refratária que vão receber o metal e formar a escultura. “A ideia é deixar tudo pronto antes de 24 de agosto, data em que Leminski completaria 81 anos”, diz o Sartori.

⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠No processo do derretimento, o bronze é aquecido a 1.200 °C em um forno subterrâneo. Em seguida, o metal que exposto a alta temperatura vira líquido é vertido nos moldes de cera. Após cerca de 48 horas de resfriamento e acabamento, as peças serão montadas para compor a escultura.

Memória nos trilhos

Além de novas criações, o ateliê também dedica esforços à preservação de elementos históricos da cidade. Entre os projetos, está a restauração do mapa em relevo metálico de Curitiba, que há quase 30 anos orienta os visitantes no alto da Torre Panorâmica.

Feito em aço inox e com cerca de 20 m², o mapa foi removido para corrigir danos causados por infiltração, garantindo que continue a mostrar os parques, ruas e avenidas que compõem o plano urbanístico da cidade.

Outro trabalho importante é a recuperação de peças históricas ligadas à ferrovia, o truque de vagão ferroviário modelo Self-Aligning, originalmente montado pela antiga Oficina de Vagões de Ponta Grossa, e o pontilhão (trilho) que atravessava o Rio Água Verde.

Esta última, uma estrutura centenária, é remanescente da ferrovia inaugurada em 1902 no trecho Curitiba–Araucária, um raro exemplar da antiga Rede de Viação Paraná–Santa Catarina.

Compartilhe:

imprimir voltar