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15.07.2010No Solar do Barão, a arte de transformar o prosaico
Excluindo a porta de acesso, a sala em que está montada a exposição Desvios não tem conexão com outro ambiente. Mas é como se tivesse. As fotografias em escala humana transportam o visitante a inusitados corredores de vários hotéis clicados pela artista Juliana Gisi. É pura ilusão de ótica o que os olhos vêem no Museu da Fotografia, localizado no Solar do Barão. Esta e outras onze exposições ou intervenções que fazem parte do programa Bolsa Produção estão abertas à visitação até dia 8 de agosto.
As grandes molduras que envolvem as fotos de Juliana têm um papel fundamental, pois resgatam o olhar novamente para a superfície da imagem. É a arte em que o banal, o ordinário passa a ser visível graças à nova contextualização no universo da arte. Para a artista, “Desvios” se refere à profundidade com que estas fotografias escavam as paredes e à sugestão de outros espaços, que é dada pelas portas fechadas que compõem os corredores nas fotos. “Eu penso neles como fachadas postiças que emolduram estas portas que levam para outros lugares, quase como se existissem comunicações internas entre elas, desdobramentos espaciais imaginários. São estes outros espaços que me interessam para além da materialidade das fotografias”, exprime Juliana, que é doutoranda em Artes Visuais e professora da Universidade Federal do Paraná.
Janelas – Os corredores do Solar do Barão também levam à exposição Mirada, da artista e mestre em Artes Visuais, Deborah Bruel. Mirada resulta de uma preocupação sobre a relação do olhar com o espaço, com o entorno, e também em como a arquitetura que nos envolve se configura como desenho. Neste sentido, se propõe como uma experiência do olhar sobre o lugar que abriga exposições, suas estruturas particulares, portas, janelas, colunas, paredes, vigas, suas marcas e especificidades. Sugerindo, através de imagens criadas a partir do lugar, no lugar e pelo próprio lugar, diferentes miradas.
A proposta da artista pode ser vista no Solar do Barão e também no blog www.mirada.art.br , em que Deborah utiliza as fotos das janelas das salas de exposição como objetos para o trabalho com web arte.Frente às imagens, como não reconhecer que provavelmente elas sobreviverão a nós, que somos o elemento frágil, o elemento de passagem, e que elas são o elemento do futuro, o elemento da duração? “Há sempre algo de transitório na imagem, algo que cintila. Mesmo que seja ela quem sobreviva, o fará de distintas maneiras, imprevisíveis”, prediz Deborah.
Os trabalhos expostos no Solar do Barão são resultados dos projetos que foram contemplados no edital Bolsa Produção para Artes Visuais 2009, uma iniciativa da Fundação Cultural de Curitiba. O Bolsa 4, como é chamado, foi concebido com o objetivo de incentivar, por meio de recursos do Fundo Municipal de Cultura, as manifestações de artes visuais desenvolvidas na cidade.
Confira a relação das exposições do programa Bolsa Produção:
Ornitologia Urbana – Experimento nº 1, de Ana Bellenzier
Aquele biografado, de Clovis Cunha Mirada, de Deborah Bruel
Quase, de Gilberto Kosiba
Verso, de Joana Corona
[ Nada a ver ] Ou : mmm hm, hm hmmm if I could melt your heart, de Margit Leisner
O Etnógrafo Naïf, curadoria de Pierre Lapalu – desenhos de Joaquim Nunes de Souza , o Joca
Quando prendo o tempo as coisas se tocam, de Marisa Weber
100 Importâncias, de Nicole Lima
Reorganizações Urbanas, de Gustavoprafrente
Desvios, de Juliana Gisi
A Casa, o quintal e o bairro, de Mainês Olivetti
Serviço:
Exposições do programa Bolsa Produção
Local: Solar do Barão (Rua Carlos Cavalcanti, 533) – Salas do Museu da Gravura e do Museu da Fotografia.
Data: Até 8 de agosto de 2010
Horários: de terça a sexta-feira, das 9 às 12h e das 13h às 18h. Sábados, domingos e feriados das 12h às 18h.
Informações: 3321-3367
Agendamento de visitas monitoradas: 3321-3275
Autor: Assessoria de Imprensa
Fonte: Fundação Cultural de Curitiba
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