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26.08.2010Museu da Gravura abriga exposições com diferentes propostas
Na agenda cultural, um dos destaques fica por conta de três exposições que ocupam o Museu da Gravura Cidade de Curitiba. A mostra individual de desenhos do artista gráfico Ricardo Humberto, a coletiva do Grupo SALA e uma seleção de obras que pertencem a acervos de museus da Fundação Cultural de Curitiba colocam ao alcance do público diferentes linguagens das artes plásticas. As exposições podem ser apreciadas até 24 de outubro de 2010.
A mostra “Arte brasileira nos acervos de Curitiba – Um percurso junto aos museus da Fundação Cultural de Curitiba” reúne obras selecionadas dos acervos públicos da cidade, sob a curadoria de Daniela Vicentini e Simone Landal. Trata-se de um recorte dos trabalhos abordados no livro “Arte brasileira nos acervos de Curitiba”, de autoria de Daniela Vicentini e Fernando Burjato, que foi lançado na abertura da exposição. A publicação pode ser adquirida na Loja da Gravura, no Solar do Barão.
Contemplado por edital do Mecenato Subsidiado, uma das modalidades do PAIC – Programa de Apoio e Incentivo à Cultura da Prefeitura de Curitiba, o livro tem por objetivo falar sobre arte de modo a incentivar as visitas a museus. Para isso, o texto é elaborado como uma conversa entre os autores e muitas obras, reunindo artistas de diversas épocas e que utilizam variadas técnicas. Entre os nomes abordados estão Alfredo Andersen, Miguel Bakun, Pancetti, Lasar Segall, Haruo Ohara, Eliane Prolik, Carina Weidle e muitos outros.
Coletiva – O Grupo SALA, formado pelos artistas Dalton Reynaud, Fábio Follador, Izabella Zanchi, José Roberto da Silva, Julcimarley Totti, Lahir Ramos, Maria Lúcia de Julio e Valério Cicqueira, apresenta a coletiva “O Espelho e seu Duplo”, sob a curadoria de Izabella Zanchi. O crítico e historiador da arte, Artur Freitas, destaca no texto de apresentação da exposição que são “oito artistas dispostos a pensar o lugar das imagens num mundo já abarrotado de signos visuais”.
Para Freitas, arte e realidade são como espelhos distorcidos que se encaram: “Não temos como saber qual tem precedência sobre o outro. A arte, em resumo, não se reflete: ela revela.” Ainda segundo o crítico, nesta exposição o Grupo SALA tem o propósito de “revelar a alteridade da arte, de devolver ao mundo uma realidade refletida em distorcidos e imprevistos espelhos”.
A mostra integra projeto também selecionado por meio de edital do Mecenato Subsidiado e completa-se com oficinas de gravura, conversa entre público e artistas, além de uma série de palestras de teóricos das áreas de psicanálise, crítica de arte e física. Os encontros, com entrada franca, serão realizados nos meses de setembro e outubro, no Museu da Gravura, com a proposta de estabelecer um diálogo entre as artes visuais e outras áreas do conhecimento.
O Grupo SALA vem realizando um trabalho de discussão em arte contemporânea, a partir de princípios da gravura. As primeiras reuniões aconteceram em 2006, por afinidades poéticas e também pela convivência nos ateliês de gravura do Museu da Gravura. As conversas e reflexões do grupo evoluíram e geraram propostas de exposições. Os artistas que atualmente compõem o núcleo continuam buscando seu fortalecimento e fundamentação, por meio de reinvenção constante, sendo que o projeto “O Espelho e seu Duplo” é fruto desta busca.
As técnicas utilizadas nas obras reunidas na exposição são variadas. Enquanto Lahir Ramos promove um encontro entre a realidade e a arte com suas gravuras, Julcimarley Totti vai da foto à gravura para criar figuras que flutuam num plano abstrato. A fotografia também é o meio utilizado por José Roberto da Silva para evidenciar que a imagem fotográfica não é um mero espelho do real. Fábio Follador lança mão de um espelho com um autorretrato impresso e vazado para iniciar um processo de identificação contínua que ultrapassa o efeito plástico, quando a imagem fotográfica do artista se mistura à imagem do observador.
Maria Lúcia de Julio apresenta experiências visuais que conjugam imagens escaneadas e a tradicional gravura para revelar um mundo dividido. Na obra de Izabella Zanchi, a metáfora dessa divisão é mais genérica e construída a partir da relação entre a produção artística e o sentido da mortalidade. A artista utiliza vidro, metal, madeira e texto impresso sobre papel para elaborar sua mensagem.
Valério Cicqueira desnuda a poética de formas anônimas das ruas, delas se apropriando e estabelecendo um diálogo por meio de criações que usam plástico e tinta spray. Finalmente, o gravador Dalton Reynaud extrapola técnicas ao pintar aquarelas que viram plotagens e tomam conta de paredes, ao lado de caixas de acrílico com litografias. O artista mostra que, no mundo da visualidade, “as imagens são como ímãs: se repelem ou se atraem conforme o uso”, na apreciação do crítico Artur Freitas.
Desenhos – Em “Vulvas Avulsas – Desenhos Íntimos”, primeira exposição individual do curitibano Ricardo Humberto, está uma série de desenhos que o artista resgatou de seus guardados. São esboços e rascunhos aleatórios que compõem uma galeria de figuras estranhas e suas entidades íntimas, traçadas com humor amargo e sem legendas.
Nascido em 1970, Ricardo Humberto frequentou o curso superior de Pintura da Escola de Música e Belas Artes do Paraná e aprimorou técnicas nos ateliês do Museu da Gravura de Curitiba. Foi ilustrador e diretor de arte do Jornal Gazeta do Povo e colaborou também com o jornal literário Rascunho, onde publicou uma página gráfica chamada Otro Ojo.
Serviço:
Exposições no Museu da Gravura Cidade de Curitiba (Solar do Barão – Rua Carlos Cavalcanti, 533 – Centro)
Data: As exposições podem ser visitadas até o dia 24 de outubro de 2010.
“Arte brasileira nos acervos de Curitiba – Um percurso junto aos museus da Fundação Cultural de Curitiba”, que reúne obras selecionadas dos acervos públicos da cidade, sob a curadoria de Daniela Vicentini e Simone Landal.
“O Espelho e seu Duplo”, mostra do Grupo SALA, sob a curadoria de Izabella Zanchi.
“Vulvas Avulsas – Desenhos Íntimos”, exposição individual do artista plástico curitibano Ricardo Humberto.
Horário de visitas: de terça a sexta-feira, das 9h às 12h e das 13h às 18h; sábados e domingos, das 12h às 18h
Especial: dias 4, 5, 7 e 8 de setembro, horário de visitas das 12h às 18h. No dia 6 de setembro, o espaço permanecerá fechado.
Entrada franca
Agendamento de visitas mediadas para grupos e escolas pelo telefone (41) 3321-3275
Autor: Assessoria de Imprensa
Fonte: Fundação Cultural de Curitiba
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