15.07.2013Exposição sobre fundição artística é prorrogada por duas semanas

A exposição A Fundição Artística no Brasil, anteriormente programada para estar em cartaz até o último domingo (14), foi prorrogada para até o dia 28 deste mês. A mostra, que acontece no Centro Cultural Sistema Fiep, reúne peças de diversas etapas dos processos de fundição, além de obras de escultores como Rodolfo Bernardelli, João Turin, Zaco Paraná e Erbo Stenzel.

A exibição proporciona uma imersão na história e técnicas envolvidas no processo de fundição artística, e é fruto da parceria do Sesi Paraná com o Senai Paraná e apoio da Fundação Cultural de Curitiba (FCC), Museu Oscar Niemeyer e Secretaria de Estado de Cultura do Paraná. Em conjunto com painéis explicativos, também é possível ao visitante acompanhar todas as etapas do processo de fundição.

Rose Semeghini, produtora cultural da exposição, contou mais alguns detalhes da mostra:

Como surgiu a idéia da exposição?
Rose Semeghini: Há seis anos procurei o artista Israel Kislansky, que mantinha na época um atelier em São Paulo onde ministrava aulas de Escultura , interessada em ter aulas com ele. Soube das dificuldades dos artistas brasileiros em terem suas obras fundidas criteriosamente, não por falta de dedicação das fundições existentes, mas porque a técnica necessária para isso estava se perdendo ao longo de um período em que não houve investimentos nem suporte ao setor. Israel tinha um projeto que visava o resgate e disseminação dessa técnica, incluindo uma exposição que despertasse o interesse e informasse sobre o assunto. Senti-me instada a colaborar para a concretização de algo que não somente visava benefícios aos artistas e à arte brasileira mas, sobretudo, porque vislumbrei a oportunidade de despertar e oferecer instrumentos aos órgãos oficiais, para implantação urgente de uma política de conservação de nosso patrimônio histórico e artístico. Conhecendo bastante de perto o trabalho do Senai na área de fundição industrial e educativa, pensar em procurá-los foi imediato.

E como foram os primeiros contatos?
Fizemos os primeiros contatos com a Diretoria do Senai e iniciamos o processo de informações e "convencimento" daquele órgão para acatar o projeto. Tentando inclusive dar respaldo ao que pretendíamos, paralelamente demos início a providências várias para viabilizar outras ações do projeto, incluindo uma exposição com itinerância por 6 capitais brasileiras. Visitamos todas elas e tivemos a oportunidade de apresentar o projeto a diversos órgãos ligados à cultura e empresários de diversos setores. Informamos sobre as diretrizes do projeto, e ainda, sobre o estado de conservação dos monumentos existentes nas capitais. O Senai acolheu a iniciativa e, pela primeira vez em sua história, desenvolveu e implementou um projeto que beneficia as artes em geral.

A parceria já rendeu outros frutos?
Israel Kislansly, que detém grande conhecimento na área de fundição artística, tem atuado desde então como consultor do órgão. Vários técnicos em fundição, de carreira no Senai, foram capacitados, com viagens de visitas às fundições que são referência na Europa, aulas diversas e experimentação de técnicas, que lhes possibilitaram abrir os horizontes de seus conhecimentos em fundição industrial, ampliando-os para fundição artística. Finalmente, o Curso Fundição Artística / Senai foi criado, com vários desdobramentos felizes que culminaram com a exposição patrocinada pelo Sesi.

Houve muitas dificuldades para montar a mostra?
Contamos em São Paulo e em Curitiba com a importante parceria com a produtora Art Unlimited, que produziu a mostra, colocando ao alcance do público informações históricas e técnicas sobre fundição artística, concretizando com muita competência o projeto expográfico que, além de didático, apresenta belíssimas e importantes obras de arte que encantam os olhos dos presentes. Numa feliz coincidência, a mesma produtora realiza atualmente em Curitiba a mostra A Magia de Escher, sucesso absoluto de público. Dividiram-se então entre as duas montagens, o que manteve a equipe por um longo período na cidade. Realizamos visitas técnicas diversas e pudemos, além de conhecer o valioso trabalho, receber apoio da Fundação Cultural de Curitiba. Visitas e contatos frequentes com o Atelier do Centro de Criatividade de Curitiba, Casa João Turin e diversas diretorias de museus locais possibilitaram intercambio de informações, bem como cessão de obras de arte de importantes artista paranaenses, dentre outros , para estarem presentes na exposição.

Qual a importância de firmar parcerias com órgãos oficiais para esse tipo de exposição?
A parceria não só é importante como vital – visto tratar-se de uma iniciativa que requer recursos técnicos e financeiros impossíveis de serem bancados pelas fundições existentes, que lutam para permanecerem ativas no mercado. Ainda porque o restauro de obras públicas é uma responsabilidade dos órgãos oficiais, não só no que se refere à conservação dos monumentos, como também à implantação de campanhas de conscientização da população, que sempre recebe avidamente qualquer iniciativa que torne arte acessível. Devemos lembrar que os monumentos em bronze são aqueles que, da maneira mais democrática, podem ficar ao alcance do público, serem tocados e admirados sem grandes restrições. Talvez por isso, deixar de realizar ações de valorização histórica e conservação dos mesmos tornou-se corriqueiro em nosso país, um conceito errôneo que está sendo revertido.

Há mais parcerias com o Poder Público em vista?
O intuito do projeto é incentivar e promover parcerias na área. Curitiba recebe a primeira itinerância da mostra e, em consequência, o intercâmbio de técnicas já foi iniciado. O escultor Elvo Damo, que atua no Atelier do Centro de Criatividade, tem mantido estreito contato com os técnicos do Senai São Paulo, que permaneceram um período em Curitiba, onde puderam inclusive participar de fundições demonstrativas, com o apoio da Casa Turin. Todas as técnicas implementadas são documentadas e ficam à disposição daqueles ligados, de várias maneiras, ao setor de fundição artística. Esperamos que o estreito contato com a diretoria e apoio recebido pela Fundação Cultural venham a possibilitar outros segmentos do projeto, tais como formação de mão-de-obra, capacitação de pequenas fundições, exposições itinerantes, etc.

Serviço
Exposição Fundição Artística no Brasil
Local: Centro Cultural Sistema Fiep
Data: de 15 de maio até 28 de julho
Horários: de quarta a domingo, das 10h às 19h
Local: Centro Cultural Sistema Fiep – Av. Cândido de Abreu, 200, Centro – Curitiba (PR)
Informações: www.sesipr.org.br/cultura
Entrada franca.

Autor: Assessoria de Imprensa

Fonte: Fundação Cultural de Curitiba

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