18.12.2013Experimentação e Independência - entrevista Atomic Tangerine

Com boas ideias e grande capacidade de execução de seus integrantes, o coletivo  Atomic Tangerine aposta em quem está longe dos holofotes e no envolvimento do público. Apesar do lançamento oficial da Atomic Tangerine ter acontecido em novembro deste ano, desde 2012 a marca veicula conteúdos em diferentes linguagens para diversas mídias.

Sem depender de leis ou editais para viabilizar suas produções, o grupo já realizou trabalhos que incluem clipes, chamados de “Tangerines Sessions”, para músicos e bandas como Mecanotremata, Claudio Pimentel, Easy Players, Wack, Goo Goes Laves, Edith de Camargo, Mr.Orkester, Universo em Verso Livre e Hillbilly Rawhide. Além dos vídeos, que levam assinaturas de diretores convidados, os “tangerinas” veicularam na Internet dois filmes experimentais que fogem da lógica acelerada do meio. Em um deles, “Atomic Tangerine – O Filme”, a aposta foi por desafiar o espectador a acertar 52 cenas que tinham como referências filmes consagrados e que estavam inseridas nos 22 minutos da película. Para entender mais como funciona o coletivo, o Guia Curitiba Apresenta conversou com Vergínia Grando, uma das idealizadoras do grupo.

Afinal, o que é Atomic Tangerine?

É um marca. Uma marca que por trás dela tem cinco pessoas: eu (Vergínia Grando), Anderson Maschio, Daniel Yencken, Thomas Kuhn e Thábata Samha. Em verdade, não pretendemos definir exatamente o que somos. Quando começamos a definir não funcionou para nós. Somos um grupo de pessoas com interesse em produzir conteúdos em mídias diferentes. Pode ser fotografia, como será um dos próximos projetos que vamos fazer, quando juntaremos um fotógrafo e um escritor para produzir um trabalho conjunto. Enfim, a mídia não importa.  O que importa é produzir os encontros e nesse processo aprender fazendo, como foi o caso da direção da leitura do Valente, do Vitor Cafaggi, para o Cena HQ.

E como começou o projeto?

A intenção era se unir para produzir coisas que a gente gosta de fazer, sem precisar passar por leis ou editais. Tudo que fizemos até hoje foi bancado com dinheiro próprio e com o apoio de muita gente, os tangerinas que gravitam ao nosso redor. Posso citar vários nomes: Bernardo Rocha, Vanessa Alves, Ann Schwanner, Luiz Bertazzo, Eli Firmeza, Carol Winter, João Macul, a Locall, a Amazing Graphics. Tem muita gente. Sem essas pessoas não seria possível. Começamos gravando o “Atomic Tangerine – O Filme”, que acabamos de lançar junto com o pocket site firmando oficialmente a marca. Mas como o filme ia demorar tempo para finalizar porque foi feito em parceira com muita gente, nas horas vagas, resolvemos produzir outro filme que foi o“Serendipity”, para falar da mágica dos encontros e usar como um manifesto de pré-lançamento da marca nas redes socias. Aí criamos uma página no Facebook e um canal no Vimeo e jogamos o Serendipity na rede. Foi bem boa a aceitação do material!

Enfim, decidimos por tocar um dos projetos que a gente queria fazer, e temos vários. O que pareceu mais interessante de ser produzido naquele momento foi as “Sessions”. Então decidimos fazer a Tangerine Session que começou com um formato que foi mudando ao longo do tempo.

E como são escolhidas as bandas das “Tangerines Sessions”?

Começamos a selecionar bandas que acreditamos que tenham qualidade. A gente não precisa gostar, mas é preciso ver qualidade ali. Também tentamos trabalhar com músicos e bandas que não estão tanto na mídia. Não temos interesse em fazer público através do sucesso dos outros. Trabalhamos com diretores convidados como o Bernardo Rocha, que dirigiu o Hillbilly, o Rafael Dabul, que dirigiu a Wack e o Henrique Ribeiro, que fez a Easy Players. Tentamos casar a banda com o diretor. Se esse casamento é aceito escolhemos uma música, discutimos a ideia central do vídeo, conceito e locação para aí partir para a produção.

E como surgiu a ideia do Atomic Tangerine – O Filme?

A ideia inicial era fazer um material que não fosse só contemplativo, mas que as pessoas se envolvessem de alguma forma. Em 2011, a gravadora Virgin publicou um desenho que você tinha que achar as bandas ali e pensamos: e se fizermos isso com filme? Essa foi a nossa forma de começar a entender os mecanismos do transmídia. Acertamos em algumas coisas, erramos em outras, mas o importante é que a gente vai aprendendo bastante com os erros. Não tem como aprender a fazer alguma coisa sem se permitir os erros.
Foi bacana! Atomic Tangerine – O Filme teve um ótimo giro para um filme de 22 minutos. Pensem que na rede tudo é pensado para ser rápido, com no máximo quatro minutos.

Autor: Assessoria de Imprensa da FCC

Fonte: Guia Curitiba Apresenta

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