21.11.2022 Debates acentuam representatividade da população negra

Um ciclo de debates sobre a população negra em Curitiba esteve entre as atividades promovidas neste final de semana pela Prefeitura e Fundação Cultural para celebrar o Dia da Consciência Negra. O encontro foi realizado na manhã de domingo (20), no Solar da Cultura, reunindo pesquisadores que participaram do livro “Presença Negra em Curitiba”, cuja versão impressa foi lançada e distribuída gratuitamente na ocasião.

O livro, organizado pelos historiadores Maria Luiz Baracho e Marcelo Sutil, também dispõe de uma versão on-line e deu origem a uma exposição que foi montada em 2018 na Casa Romário Martins. Os debates foram abertos pelo diretor de Patrimônio Cultural da Fundação Cultural de Curitiba, Gabriel Paris, e pela assessora de Políticas de Promoção da Igualdade Étnico-racial de Curitiba, Marli Teixeira Leite.

A pesquisadora Joseli Nunes Mendonça destacou os objetivos das pesquisas no sentindo de acentuar a representação positiva do passado dos negros na cidade. “As narrativas convencionais se resumem ao passado de escravidão, tendem a promover o sentimento de incapacidade e a criar imagens estereotipadas que nada contribuem para a autoestima das crianças negras”, observou. “O livro e a exposição ressaltam o protagonismo dos negros e suas lutas, mesmo num contexto tão desfavorável quanto o da escravidão”, completou.

O ciclo de debates também contou com performances de artistas negros. A atriz e poeta Geisa Costa fez homenagens aos poetas Geraldo Magela (que faleceu em março deste ano) e Laura Santos (1919-1981). “Muitos artistas e poetas passaram por aqui e nem eram conhecidos. Chega um momento em que precisamos colher os frutos do nosso trabalho”, disse Geisa. Para a artista, debates como esse precisam ser contínuos, diante a invisibilidade da contribuição do povo negro. “Não se conhece a nossa história. Todos nós, negros e brancos, devemos participar juntos dessa construção”, afirmou.

O artista visual Rimon dos Santos Guimarães também acompanhou os debates e considerou que os registros são importantes. “Embora não contemplem tudo, já são um bom início para manter viva a história do povo negro. E que não sejam apenas no mês de novembro, mas o ano inteiro”, frisou.

Acesse aqui a obra em formato digital
 

 

Autor: Assessoria de Imprensa

Fonte: Fundação Cultural de Curitiba

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