07.05.2010Cientista político faz reflexão sobre financiamento da Cultura

O cientista político e historiador Bernardo Mata Machado foi o responsável pela palestra de abertura dos trabalhos desta sexta-feira (7), do I Curso Gestão e Financiamento da Cultura e do II Seminário Cultura, Cidade e Desenvolvimento, promovidos pela Fundação Cultural de Curitiba, em parceria com o Observatório Itaú Cultural. No último dia do evento, a discussão proposta por Mata Machado teve como tema "Reflexões sobre o financiamento da Cultura".

Segundo o cientista político, não se pode separar financiamento da Cultura das políticas públicas: "O financiamento é determinado pela política e não seu determinante", disse o palestrante, citando Isaura Botelho. Traçando um panorama das relações entre Estado e Cultura, Mata Machado destacou os modelos de relações existentes. No modelo liberal democrático, cujo valor fundamental é a liberdade, há incentivo para a criação artística, com o mínimo de intervenção do Estado, como acontece na Inglaterra. No modelo social-democrático, adotado pela França, o ponto principal é a igualdade, sendo que o Estado deve intervir para ampliar o acesso da população aos bens culturais.

O historiador, que é pesquisador da Fundação João Pinheiro (MG) desde 1977, também lembrou do modelo totalitário que, embora de pouca duração, deixou marcas profundas. Nele, o Estado faz da Cultura uma forma de exaltação do chefe e do regime, censurando tudo o que for contra seus interesses. Hitler foi um exemplo desse modelo.No decorrer de sua exposição, Mata Machado, que desde o ano passado é coordenador de Relações Federativas e Sociedade da Secretaria de Articulação Institucional do MinC, citou argumentos favoráveis ao mercado cultural, vinculando o seu surgimento à independência dos artistas frente às cortes e à Igreja. A favor do Estado, disse que seria, em tese, a figura defensora da conquista pela igualdade e que corrigiria distorções existentes. Também falou sobre o valor econômico e o valor simbólico dos bens culturais, enfatizando que o bem cultural está na mesma categoria de outros bens, mas que agrega ideias e sentidos: "O valor econômico só é conferido depois de criado o valor simbólico", disse.

No final da manhã Luiz Fernando Noel de Souza, Superintendente de Fomento da Ancine, falou dos mecanismos da Agência Nacional do Cinema para financiamento a projetos audiovisuais

O financiamento da Cultura foi tema abordado em diversas palestras do seminário que começou na última segunda-feira (3). Ainda hoje (7), na parte da tarde, Henilton Parente de Menezes, representantes do Ministério da Cultura, irá falar sobre "O Financiamento à Cultura no Governo Federal", e Enrique Saravia, professor da Fundação Getúlio Vargas, fará a palestra "Financiamentos Não-Estatais da Atividade Cultural.

Serviço:
Curso Gestão e Financiamento da Cultura e II Seminário Cultura, Cidade e DesenvolvimentoLocal: Salão de Atos - Parque Barigui (Av. Cândido Hartmann, s/nº - Parque Barigui)
Data: até 7 de maio de 2010, das 9h às 18h.

Informações: seminario_info@fcc.curitiba.pr.gov.brwww.fundacaoculturaldecuritiba.com.br www.twitter.com/fcccuritibawww.flickr.com/photos/fundacaoculturaldecuritiba

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Autor: Assessoria de Imprensa

Fonte: Fundação Cultural de Curitiba

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