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09.01.2014 Casal de Cascavel “resgata” cravo em curso na Oficina de Música
A pedido deles, evento criou curso especial de manutenção e afinação
Giordana Galvan Lube e Rubens Castamann chamaram a atenção com uma iniciativa diferente na 32ª Oficina de Música de Curitiba. Os dois vieram de Cascavel, cidade situada no oeste do Paraná, para aprender a afinar um antigo cravo, instrumento antecessor ao piano que permanecia há quase 15 anos sem uso.
Giordana é coordenadora de música do município e explica que o instrumento deixou de ser usado por falta de manutenção. ‘‘Faz três anos que a Oficina de Música solicita o cravo para os espetáculos e oficinas. Ou seja, ele precisava vir para Curitiba para ser usado.
Foi quando pensei que alguém tinha que aprender a trabalhar o instrumento e tê-lo à disposição para apresentações em Cascavel’’, afirma. Giordana também decidiu trazer o marido Rubens, que é músico e tem experiência na construção de instrumentos. Rubens conta que suas habilidades mecânicas e os conhecimentos prévios em música ajudaram a quebrar a primeira barreira de estranhamento diante da complexidade do cravo. ‘‘Eu tenho banda e trabalho com construção de instrumentos de cordas, como o contrabaixo. Já tenho ferramentas e técnicas que ajudam nesses primeiros passos’’diz.
A oficina de manutenção e afinação de cravos não existia na programação inicial da oficina. Ela foi criada pela demanda vinda do casal e da disponibilidade do afinador de pianos Donizete Bonifácio. ‘‘Não sabíamos se iríamos conseguir, mas encontramos o Donizete, que se mostrou totalmente aberto para transmitir todo o seu conhecimento’’ conta Giordana.
Entre as maiores dificuldades encontradas pelos alunos estão a delicadeza e sensibilidade que o instrumento exige. ‘‘Viemos pra cá para aprender afinação, achávamos que era o mais importante. Chegando aqui, percebemos que a manutenção é tão importante quanto. Por isso, não adianta fazer a afinação se o instrumento não estiver adequado’’explica o casal.
Além da oficina, o casal também tem aproveitado as atrações e espetáculos. Giordana vem para o evento pela terceira vez, enquanto Rubens encara a primeira participação. A diversidade cultural, os instrumentos e as várias nacionalidades são os fatores mais encantadores para os dois paranaenses. Giordana ressalta a possibilidade de ver de perto instrumentos diferentes, como o alaúde e o fagote. ‘‘É lindo ver a união que a música proporciona. Aqui a música é a língua’’, afirma.
Donizete Bonifácio, mestre da afinação
Donizete Bonifácio tem cinquenta anos e nada menos do que vinte e cinco anos de Oficina de Música. A entrada do mundo musical aconteceu por meio do meu pai, que tocava as grandes obras da música no violão. O pai ouvia as melodias em uma rádio argentina, num programa chamado “Grandes Mestres da Música”, depois gravava e aprendia a tocar no violão. Donizete conta que o pai sempre explicava essas obras, dizia quem eram os compositores e a história por trás da música.
O primeiro passo foi natural: assim como o pai, ele aprendeu os dedilhados do violão. O piano só viria aparecer mais tarde, quando um amigo, que trabalhava na tradicional fábrica Essenfelder, avisou sobre cursos técnicos na construção de pianos. Na época, enquanto fazia a formação de técnico, interessou-se por um curso para construtores disponibilizado pela própria empresa. A partir daí, Donizete aprendeu todo o processo de construção do instrumento. “Conheço o piano desde a madeira até a nota produzida”, afirma. O afinador teve oficinas com os grandes mestres renomados. No total foram 14 anos na empresa.
Como construtor, passou a atender os concertos da fábrica. Para se aprimorar na arte dos pianos, aprendeu toda a teoria musical e se formou. No final, Donizete era o principal afinador de pianos da empresa. Foi quando a oportunidade de trabalhar na oficina de música apareceu.
Hoje, Donizete se apresenta aos domingos de manhã na missa e desconversa quando é chamado de músico. Entre os momentos memoráveis estão os aplausos que o afinador recebe quando sobe ao palco durante um espetáculo. ‘‘Os músicos brincam que, às vezes, sou mais aplaudido que eles’’, sorri.
Autor: Assessoria de Imprensa da FCC
Fonte: Fundação Cultural de Curitiba
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