24.01.2015Banda Escambau é a atração desta segunda na Oficina de Música de Curitiba

A 33ª Oficina de Música de Curiitba leva ao Teatro do Paiol nesta segunda-feira (26), às 19h, o show da banda Escambau. O grupo apresentará as canções do seu álbum Novo Tentamento lançado em 2014. Gravado em Curitiba e em Assunção, no Paraguai, o novo trabalho da banda harmoniza gêneros como rock, samba e guarânia com arranjos de cordas e instrumentos inusitados como o trombone, trompete, violoncelo e até mesmo uma harpa paraguaia.

Segundo o vocalista da banda, Giovanni Caruso, o novo trabalho Escambau segue uma linha dos álbuns anteriores “Acontece nas Melhores Famílias” e “Ordem e Progresso via Pão e Circo”.

“Esse desalinhamento temporal aparece tanto nas letras autocríticas e filosóficas, quanto nas sonoridades, temáticas e estéticas que remetem ao passado. Contrastando com o tom político e social dos nossos últimos trabalhos”, conta Caruso.

Formada por Giovanni Caruso (vocais e baixo), Lolo Quevedo (vocais e percussão), Ivan Rodrigues (bateria), Lucian Araújo (órgão) e Zo (guitarra), a banda promete um show recheado de sonoridades e performances inusitadas.

 

Confira entrevista com Giovani Caruso veiculada na edição 88 do Guia Curiitba Apresenta:

À primeira vista o novo disco parece ter um conceito único. É isso mesmo?

O Novo Tentamento, nosso terceiro disco, inicialmente foi idealizado para ser uma espécie de ópera-rock. No meio da produção nos demos conta de que poderia ficar meio maçante e acabamos ‘descambando’ pra fazer um álbum com as músicas independentes umas das outras. Mas no final das contas ficou um elo entre as músicas. Acabamos preservando um pouco dessa ideia, mas
eliminamos a ópera-rock. Apesar de cada música ter uma roupagem diferente, o que ouvi do povo que produziu e que está apreciando o trabalho é que, apesar de ter tanta diferença rítmica entre uma música e outra, ainda soa como se tivesse uma unidade.

Como foi o processo de gravação?
O disco começou a ser gravado em casa, no estúdio caseiro do Escambau. Depois fiz uns takes no Paraguai com um amigo maestro que me ajudou a arrumar músicos eruditos – de violoncelo, harpa paraguaia, trompete, coisas assim. Mostrei esse trabalho, já em um terço de produção, para o Sanjai Cardoso (o Siri), que se interessou em co-produzir. Finalizamos o disco na Jamute, que é a empresa em que ele trabalha. Esse processo todo durou um ano.

Vocês já tinham as músicas ou foram desenvolvendo durante esse período?
Meu processo de composição é bem íntimo. As músicas, as composições, são minhas, mas os arranjos a gente produz junto. Tenho um processo bem egoísta de composição, pra ser sincero. Talvez devido a uma dificuldade de concentração eu gosto de compor bem isolado, ter bastante cuidado com as letras. No processo de gravação as músicas foram se transformando.

Como é o seu processo para compor?
Encaro a composição como trabalho, então estou sempre buscando uma melodia no violão e uma poesia pelo mundo afora. Vou gravando no meu gravadorzinho. Mas gosto muito de compor caminhando sozinho, dando uma volta pela rua. Me vem muita coisa assim, pensando em nada. É um jeito bom de idealizar alguma coisa, limpar a mente. Em San Bernardino também, é um lugar isolado onde você não conhece ninguém, não tem um bar, uma lanhouse, nada. Muita música eu concebi ali. E tomando banho também!

Você tem uma relação forte com o Paraguai, não?
Tenho a sorte de ter um lugar lá. É a casa da minha família paraguaia, a família da minha mulher. San Bernardino é uma cidade balneária, na beira de um lago e que só funciona no verão. No inverno vira uma cidade fantasma. Tudo fica trancado, só fico com as vacas, os cachorros, lendo e compondo. 

Dá para transportar a essência do disco ao vivo?
Dá, tranquilamente. Claro que não vai ser igual, vai ser do jeito que dá com a banda. Tem música que tem orquestra e a gente vai dar um jeito de apresentar da melhor maneira possível. Mas não vamos deixar de tocar, não. O Escambau é uma banda cem por cento independente e não tem a mínima condição de levar essa orquestração à estrada, por exemplo. E agora demos uma
reciclada. Às vezes tinha show com oito ou nove, chamávamos os amigos, eles subiam no palco e tocavam. Improvisávamos na hora, algo meio descontraído. Mas isso virou uma bola de neve, desorganizava um pouco. Agora a ideia é fazer um lance mais organizado, com os cinco integrantes e volta e meia um instrumento de sopro. Na independência, no underground, tem que se virar com a bola que tem pra jogar. Mas se o cachê é um pouco melhor dá pra convidar músicos de apoio e deixar o show mais profissional.

E como foi gravar o clipe de Cidade dos Normais?
A produção é da Kátia Aguiar. Fizemos no estúdio Periscópio, a gravação levou um dia inteiro. Os figurinos foram da Laffayettaria e para figurantes chamamos os amigos. Foi uma festa, diversão absoluta. Energia e alto astral. Essa música é a primeira [de trabalho], o carro-chefe. A segunda é o samba (Atos De Uma Anti-Hepática). A gurizada se identifica na hora, todo mundo diz que é a sua música. Ela foi composta depois de um casamento no Paraguai. Casamento lá é uma patada no peito. Paraguaio não sabe brincar em festa!

E a Cidade dos Normais, de onde veio a inspiração?
Foi a última música a entrar no disco, não tava na história da ópera-rock. A gente tava saindo pra ensaiar e uma velhinha teve um ataque no meio da rua, na 13 de Maio. Parei o trânsito pra
ajudar, eu e o guitarrista demos carona pra ela, atrasamos pro ensaio. Depois cheguei em casa, veio a inspiração e fiz essa música. Até hoje ligo uma coisa com a outra. Vai saber o que acontece, mas me pareceu muito uma retribuição energética, universal…

 

Serviço:

33ª Oficina de Música de Curitiba – Escambau

Data: 26/01/2015 – segunda-feira
Horário: 19h
Local: Teatro do Paiol
Endereço: Praça Guido Viaro, s/nº, Prado Velho
Ingressos: R$ 10 (½ entrada: R$ 5)
Os ingressos antecipados serão vendidos na Capela Santa Maria (Rua Conselheiro Laurindo, 273 – Centro). Demais informações podem ser obtidas pelos telefones 3321 2840 / 3321 2849.
Teatro do Paiol
 

Autor: Assessoria de Imprensa da FCC

Fonte: Fundação Cultural de Curitiba

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