21.06.2010Arte e poesia nas exposições em cartaz no Solar do Barão

Desenhos surgidos no limiar da loucura de Joaquim Nunes de Souza (1982 – 2004), um artista inédito, estão expostos no Solar do Barão até 8 de agosto, graças ao programa Bolsa Produção para Artes Visuais - uma iniciativa da Fundação Cultural de Curitiba - e à curadoria de Pierre Lapalu. O programa, que divulga o trabalho de 12 artistas, traz também a exposição Quase, de Gilberto Kosiba.

A obra de Joaquim Nunes de Souza (Joca), reunida na exposição O Etnógrafo Naïf, ficou escondida por anos, até chegar às mãos da psicóloga Adriana Bueno para ser analisada como resultado de uma patologia mental. Observador silencioso da sociedade, Joca captou através de seu traço pessoas em situações cotidianas, em um esforço para catalogar e classificar os habitantes da cidade onde morou, Curitiba.

Embora sem formação acadêmica, o artista nutriu uma grande preocupação em estudar o homem. Porém, sua percepção social não era tão precisa quanto sua percepção da realidade sensível, o que torna seu trabalho uma contradição científica e uma afirmação poética.

Dado o teor sociológico dos escritos que acompanham os desenhos, o trabalho foi encaminhado para o IPEA (Instituto Paranaense de Estudos Antropológicos). Instigado pelos trabalhos, o curador Pierre Lapalu idealizou esta mostra. “A proposta é possibilitar um maior conhecimento da obra deste artista, especialmente de sua poética específica, que pode ser definida em um conceito belamente contraditório: uma antropologia instintiva”, comenta Lapalu.

Pura poesia - Um olhar atento capta pura poesia nas obras de Gilberto Kosiba, reunidas na exposição Quase. As flores aparecem em redemoinho. Movimentos recorrentes e, num instante, o sol nasce em flor na linha de um horizonte de azulejos. Objetos surgem em repetição. Taças de vinho da série Hipnóticos deixariam Baco quase zonzo.

Tratar do “quase”, que dá nome à mostra, para o artista é trabalhar com os limites das intenções, sejam estes de gosto, de conceitos ou de formas. “Penso pintura partindo da dinâmica de suas próprias possibilidades históricas, da soma de seus contrários, das relações entre proximidade e distanciamento. É no hiato entre narrativa provinciana e discurso cosmopolita que me proponho equacionar comunicação e expressão”, relata Kosiba.

Com obras que mesclam conceitos e técnicas de desenho, pintura, gravura e colagem, aos 34 anos, Kosiba participou de várias exposições coletivas e salões e foi premiado no 11.º Salão do Mar de Antonina e no 27.º Salão de Artes de Jacarezinho. Formado pela Faculdade de Artes do Paraná, tem especialização em arte contemporânea pela Universidade Tuiuti do Paraná e atua no meio artístico desde 2001.

Serviço:
Exposições do programa Bolsa Produção
Local: Solar do Barão (Rua Carlos Cavalcanti, 533) – Salas do Museu da Gravura e do Museu da Fotografia.
O Etnógrafo Naïf, curadoria de Pierre Lapalu – espaços 9 e 10, bloco B, 1º andar
Quase, de Gilberto Kosiba – espaços 4 e 5, bloco B, 1º andar
Data: até 8 de agosto de 2010
Horários – de terça a sexta-feira, das 9 às 12h e das 13h às 18h. Sábados, domingos e feriados das 12h às 18h.
Informações: 3321-3367. Agendamento de visitas monitoradas: 3321-3275

Autor: Assessoria de Imprensa

Fonte: Fundação Cultural de Curitiba

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