20.04.2020Alunos da Fundação Cultural aprendem a cantar e tocar instrumentos

Os cursos de música e canto ofertados pela Fundação Cultural também se adequaram às exigências de distanciamento social para a prevenção do coronavírus. As aulas presenciais migraram temporariamente das Ruas da Cidadania para lives e vídeos nas redes sociais e, agora, testam a criatividade e dedicação de professores, pais e alunos.

“É uma parceria entre alunos, professores e pais, que recebem os conteúdos no seu Whatsapp”, diz a professora Letícia Wille. Ela faz parte do programa MusicaR, de musicalização de crianças e adolescentes que acontece em oito das dez Administrações Regionais da cidade e envolve, neste começo de ano, 250 participantes. Todas recebem os mesmos vídeos com explicações e orientações sobre os exercícios, também devolvidos por vídeo aos professores.

No Bairro Novo, onde Letícia trabalha, 60 alunos aceitaram ter aulas on-line e 23 responderam à proposta pedagógica em torno do Hino de Curitiba, na abertura da versão das aulas a distância do MusicaR. A música foi explorada em decorrência do aniversário da cidade (29/3).

Além de cantá-la, as crianças foram estimuladas a pesquisar sobre sua autoria, a época em que foi composta e o significado das palavras desconhecidas. Agora, com a ajuda de outros professores, os alunos aprendem sobre audição musical, confecção de instrumentos, música corporal e exploração sonora.

Criatividade a mil

Também estão empenhados na nova forma de aprendizagem os dez alunos da professora e atriz Andreia Frag, que dá aulas de Teatro Musical no Centro Cultural Vilinha, no Bairro Alto. “A meta é repassar os princípios do teatro, sem perder a sua essência e de um jeito produtivo”, resume Andreia.

Ela já recorreu a referências como O Livro dos Abraços, do jornalista e escritor uruguaio Eduardo Galeano, e de Jogos para Atores e Não-atores, do teatrólogo carioca Augusto Boal. O objetivo foi estimular a reflexão sobre afetividade e distanciamento, matéria-prima para uma das atividades criativas propostas.

“Já tive uma grande surpresa. No fim de uma atividade sobre alternativas à interação social durante a pandemia e o significado dos afetos, pedi que todos fizessem uma paródia. Duas alunas disseram que fariam uma música nova sobre o assunto. Fizeram a música e gravaram um vídeo. Foi excelente”, contou, referindo-se à criação das amigas e vizinhas Mariana Amelie Ribeiro Imfeld, de 16 anos, e Luísa Pereira Macedo, de 15.

Senso de improvisação

Na falta de uma bateria de verdade, os alunos e alguns pais de alunos da Regional Cajuru aprendem a improvisar para continuar estudando percussão. O segredo é encontrar, em casa, objetos que correspondam às três frequências sonoras básicas.

“Dá pra procurar o grave na caixa de papelão grande, o médio na de sapato ou no pote plástico fechado ou virado ao contrário e o agudo no ralador metálico de legumes”, exemplifica o músico e professor Johnny Dionysio. Idealizador do projeto Combo Musical, pelo qual proporciona o contato dos alunos com guitarra, teclado, contrabaixo elétrico e teoria, ele já recebeu vídeos de mãe e filha tocando com a ajuda de cadeiras e uma menina que usou brinquedos.

Além do empenho em improvisar com objetos que produzam sons equivalentes, alerta Dionysio, a disciplina e os combinados familiares são importantes. “É necessário encontrar o local mais adequado da casa para acompanhar as aulas e praticar, inclusive para quem tem instrumentos como violão ou teclado. Não dá pra esquecer que muita gente está trabalhando e estudando em casa, também on-line”, observa.

Também no Cajuru, estão acontecendo aulas de desenho e pintura em tela, dança, ioga, violão, teclado, violino, ilustração e balé.

Autor: Assessoria de Imprensa

Fonte: Fundação Cultural de Curitiba

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