27.11.2014Roda de Leitura proporciona viagem pela história do graffiti

Um projeto inovador dos arte educadores Felipe Pacheco, Olho Wodzynski e Thiago Syen, que tem sido um sucesso entre alunos dos colégios estaduais de Curitiba, será realizado neste sábado (29), às 10h30, na Casa da Leitura Wilson Bueno, no Portão Cultural, para o público em geral. Com o intuito de agir preventivamente contra a pichação dos imóveis urbanos, eles idealizaram uma roda de leitura em que contam a história do graffiti, associando-o às diferentes formas de expressão do homem, desde os tempos das cavernas até os dias atuais.

Os três se revezam nas explanações, acompanhadas de imagens e reproduções fotográficas, e impõem um ritmo acelerado que cativa a atenção dos adolescentes. “É uma roda bem dinâmica, em que parecemos três MCs do rap”, brinca Felipe Pacheco, formado em Gravura pela Escola de Música e Belas Artes do Paraná e especialista em Gestão de Políticas Públicas para Infância e Juventude. Esse foi o modelo que eles encontraram para mostrar aos jovens os riscos de agir na ilegalidade e a diferença, ainda pouco compreendida, entre graffiti e pichação.

Com o projeto “Uma viagem da gravura ao graffiti”, os educadores discorrem durante uma hora sobre o contexto histórico das manifestações do homem e sua necessidade de expressão. Fazem uma linha do tempo, começando na pré-história, com as pinturas rupestres das cavernas, o surgimento da escrita, a descoberta da imprensa, o uso de técnicas de gravura, a disseminação da xilogravura e litografia, a literatura de cordel, a linguagem gráfica, os painéis murais e a arte urbana. Fazem também referências às pichações de protesto, como as manifestações contra a ditadura no Brasil e contra o Muro de Berlim na Europa, e às pichações que serviram de marcação de território pelas gangs de Nova York.

“Essas manifestações são muito próprias da contemporaneidade, mas poucas vezes são analisadas dentro de um contexto artístico”, explica Felipe Pacheco. Depois dessa “viagem” pela história do graffiti, os educadores retomam o contexto atual, explicando os termos do artigo 65 da Lei de Crimes Ambientais 9.605/98, que penaliza quem pichar. “Explicamos que, pela lei, não existe uma diferenciação clara entre graffiti e pichação, por isso é que qualquer ação só pode ser feita com autorização do proprietário do imóvel. Sem autorização, o graffiti é tratado como crime”, esclarece.

O projeto “Uma viagem da gravura ao graffiti” foi um dos aprovados pelo edital Ciclo de Leitura do Fundo Municipal da Cultura. O trabalho finaliza com a realização de oficinas em torno do trabalho de nomes que são referência para o graffiti e a arte urbana, entre eles, Poty Lazzarotto, em função dos seus murais, que marcam a paisagem urbana de Curitiba. Outros ícones também são lembrados, como o inglês Bansky, cujos desenhos são de uma força social e política imensa, o francês Blek Le Rat, pioneiro no uso da técnica do estêncil, e os irmãos James, brasileiros de fama internacional.

Serviço:
Roda de Leitura – Uma viagem da gravura ao graffiti
Local: Casa da Leitura Wilson Bueno – Portão Cultural (Av. República Argentina, 3430)
Data e horário: 29 de novembro (sábado), às 10h30
Entrada franca.
 

Autor: Assessoria de Imprensa

Fonte: Fundação Cultural de Curitiba

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