10.04.2014Programa Curitiba Lê comemora aniversário com mais participantes

Em quatro anos quase 230 mil pessoas participaram diretamente de atividades do Programa

O Programa Curitiba Lê foi lançado pela Fundação Cultural de Curitiba em abril de 2010. Desde então, até o final de 2013, quase 230 mil pessoas participaram das atividades de incentivo à leitura promovidas nos 16 espaços participantes do programa. Para comemorar o aniversário, a Fundação Cultural de Curitiba preparou atividades que acontecerão no Palacete Wolf. O Ciclo Outras Leituras envolverá reflexões sobre a relação entre literatura e outras artes. Estudiosos e criadores mostrarão, entre os dias 14 e 16 de abril, a relação entre a literatura e linguagens como a dança, a música e as artes visuais.

“O objetivo do projeto é realizar ações para aumentar os índices de leitura dos moradores da cidade, aproximando as pessoas de práticas de leitura prazerosas, em espaços acolhedores e com acervo literário variado e de qualidade”, explica a coordenadora de Literatura da FCC, Mariane Torres.

Além das rodas de leitura de textos literários, os espaços que integram o projeto realizam atividades em diversas linguagens artísticas, como artes visuais, cinema, música e dança, ampliando as possibilidades do conceito de leitura de mundo. Nesses espaços também acontecem sessões de contação de histórias e cursos, seminários e conferências. “As Casas da Leitura são lugares especiais para o contato com as diversas expressões artísticas”, completa Mariane.

Origem – O programa foi implantado em 16 de abril de 2010, com a inauguração das Casas da Leitura Paulo Leminski e Dario Vellozo e a Estação da Leitura do Pinheirinho. Até então, as ações de incentivo à leitura aconteciam, mas eram relativamente isoladas. Naquele ano, as bibliotecas da FCC se transformaram em Casas da Leitura: receberam nomes de escritores, professores ou jornalistas, tiveram seus acervos renovados e receberam equipamentos novos.

Fazem parte ainda do programa Curitiba Lê todas as ações que a Fundação Cultural já desenvolve no campo da literatura, como os ciclos de leitura, sem falar nas que acontecem fora dos espaços. “Há um envolvimento fantástico dos mediadores. O pessoal vai até os limites da cidade para promover ações de incentivo à leitura”, diz Mariane.

Números
TOTAL DE PARTICIPANTES DAS ATIVIDADES DE INCENTIVO À LEITURA
2010: 30.118
2011: 54.057
2012: 71.135
2013: 72.991
 
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ENTREVISTA: ELIANA YUNES

AÇÕES SÃO RECOMENDADAS COMO EXEMPLO PELA UNESCO

A história do Curitiba Lê desde 2006, quando o programa começou a ser concebido, está ligada ao apoio de duas pessoas: Jason Prado, à época presidente da ONG Leia Brasil e da professora Eliana Yunes, responsável pela Cátedra Unesco de Leitura, que ajudou a lançar as bases do programa e até hoje acompanha e contribui com ele. O programa, segundo ela, será um dos mais recomendados pela Cátedra ao Ministério da Cultura como referência para outras grandes cidades.

Sabemos que o programa já foi recomendado pela Unesco no passado, em 2011. O que mudou de lá pra cá? A recomendação foi feita pela Cátedra Unesco de Leitura como um programa de formação de leitores com consistência, diversidade e continuidade. Pouco a pouco o programa se apura, expande e renova suas ações, atingindo um público mais amplo e diverso.

Como replicar o modelo em outros locais? Os modelos servem apenas como referência, como sugestão, e assinalam uma possibilidade que deve ser adaptada à realidade cultural de cada contexto. Mas os fóruns de discussões, encontros para troca de experiências, difusão de projetos e trabalhos bem sucedidos podem ajudar muito a criar outras alternativas de ação entre países, cidades ou mesmo regiões.

Quais são os pontos fortes do Curitiba Lê? A permanência e ampliação das ações que já conquistaram o público, dando continuidade ao trabalho exitoso; esta permanência e a assistência dada aos mediadores são notáveis pela qualidade. Por outro lado é extremamente democrático tanto na seleção dos agentes quanto na abertura aos leitores interessados. Seriedade, continuidade,transparência, partilha de gestão, escuta aos agentes mediadores e sua qualificação valorizam em muito a proposta.

Por que uma cidade que lê é melhor? Toda cidade que valoriza o conhecimento como experiência de vida e não apenas como instrução, abre-se ao diálogo com a cultura, suas diversas linguagens, seus aparelhos culturais, como bibliotecas e museus que deixam de ser monumentos para se darem ao movimento à vitalidade de comunicação com o público. Com isso, aparece um certo gosto por tomar posse dos bens culturais que vai transformando as pessoas em cidadãs que desfrutam e se tornam responsáveis por sua história, memória, cultura.

Que outras atividades além da leitura podem aproximar as pessoas da literatura? Todas as artes, por suas imagens e ritmo, o cinema, a música, as artes plásticas, fotografia, dança, folguedos, absolutamente TUDO tem um enredo, conta uma história, com letra ou não. Nisso se abre o diálogo com a literatura, por excelência, o espaço da palavra, da poesia, da narração.

E agora, quais os próximos passos? A extensão de uma ação não tem fim: ela vai se aperfeiçoando à medida que se estende, porque é obrigada a se repensar e a se avaliar continuamente. A avaliação deve corrigir rumos e valorizar o investimento que precisa ser mantido. Aliás, sem a manutenção de vontade política, traduzida em verbas permanentes e competência de gestão, nenhum Curitiba Lê se sustentará, quanto mais com qualidade.

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PROGRAMAÇÃO DE ANIVERSÁRIO DO CURITIBA LÊ
CICLO OUTRAS LEITURAS – REFLEXÕES SOBRE A RELAÇÃO ENTRE LITERATURA E OUTRAS ARTES
 
A FCC traz estudiosos e criadores para apresentar suas leituras para linguagens artísticas como a dança, a música e as artes visuais. Todas as palestras serão seguidas de bate-papo com os participantes.
 
14 de abril (2ªF)
Abertura: Literatura e outras artes
Com Luci Collin e Luiz Felipe Leprevost
Horário: 19h30
 
15 de abril (3ªF)
Literatura e Música
Com Marcelo Sandmann e Carlos Machado
Horário: 19h30
 
16 de abril (4ªF)
Literatura e Artes Visuais
Com Jussara Salazar, Márcia Széliga e Paulo Reis
Horário: 19h30
Local: Palacete Wolf
 
*Haverá certificação de 6h para quem participar dos três encontros.

Sobre os convidados:

Luci Collin – Ficcionista, poeta e tradutora. Graduada em Letras pela UFPR e em Piano e Percussão Clássica pela EMBAP, com pós-doutorado em literatura irlandesa. Professora do Departamento de Letras da UFPR. Coordena o grupo de pesquisa “Literatura e outras artes” – CNPq/UFPR.

Luiz Felipe Leprevost – Escritor, poeta, diretor teatral, compositor e cantor, com graduação em Artes Cênicas pela CAL-RJ.

Marcelo Sandmann – Poeta, compositor e ensaísta sobre música popular e literatura brasileira e portuguesa. Possui doutorado em Teoria e História Literária e é professor do Departamento de Letras da UFPR.

Carlos Machado – Escritor, compositor e professor de literatura. Graduado em Letras pela UFPR, atualmente é coordenador pedagógico do ensino médio do Colégio Suíço-Brasileiro.

Jussara Salazar – Poeta e artista plástica. É mestre em Estudos Literários pela UFPR e doutoranda da Escola de Comunicação e Semiótica da PUC-SP.

Márcia Széliga – Artista plástica, arte-terapeuta, ilustradora e escritora de livros infantis e juvenis. Graduada em Artes Plásticas pela EMBAP.

Paulo Reis – Professor do Departamento de Artes da UFPR. Pesquisador em artes visuais, curadoria e crítica de arte. Mestrado em História da Cultura pela PUC-RJ e doutorado em História pela UFPR.

Autor: Assessoria de Imprensa

Fonte: Fundação Cultural de Curitiba

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