21.04.2014Música renascentista no concerto do Coro da Camerata

As apresentações do Coro da Camerata Antiqua de Curitiba, que acontecem neste fim de semana, iniciam a temporada 2014 de espetáculos patrocinada pelo Ministério da Cultura e pela Volvo, levando ao público um programa que revive o período da Renascença. A maestrina cubana Maria Antonia Jimenez, que responde pela direção artística e a regência do Coro desde o ano passado, selecionou obras corais sacras e profanas de compositores desse período, que compreende o final do século 14 até o início do século 17, embora os estudiosos não tenham chegado a um consenso sobre essa cronologia. 

Na sexta-feira (25), às 20h, na Congregação Evangélica Luterana São João, e no sábado (26), às 18h30, na Capela Santa Maria Espaço Cultural, o concerto “Música Coral Renascentista” exemplifica o contexto histórico musical da Renascença que se caracterizou na história da Europa Ocidental pelo interesse voltado ao saber e à cultura. Os compositores dedicaram-se de maneira mais intensa à música profana (música não religiosa), sendo que a música renascentista é de estilo polifônico – possui várias melodias tocadas ou cantadas ao mesmo tempo.

Esta performance do Coro da Camerata Antiqua de Curitiba conta com a preparação cênica do carioca José Brazil, que escolheu Curitiba para expandir sua carreira artística. Integrante da Camerata Antiqua de Curitiba, Brazil formou-se em Canto pela Escola de Música e Belas Artes do Paraná (Embap), sob a orientação da renomada soprano e mestra Neyde Thomas, além de dedicar-se à direção cênica de óperas, tendo aprimorado técnicas com o diretor Carlos Harmuch.

Antecedendo as apresentações, o flautista e regente paulista Flávio Stein profere breve palestra sobre o programa, proporcionando ao público uma melhor apreciação das obras executadas. Radicado em Curitiba e atuando também nas áreas de literatura, teatro, dança e ópera, Flávio realizou projetos de ciclos de leituras, juntamente com o escritor José Castello e com o diretor teatral Walter Lima Torres. Recentemente, dirigiu a ópera “Sarapalha”, de Harry Crowl, e duas óperas barrocas portuguesas, redescobertas pelo maestro Ricardo Bernardes. Dirigiu, ainda, as montagens teatrais, “A Queda”, de Albert Camus, e “Esperando Godot”, de Samuel Beckett, além de publicar artigos sobre leitura.

O coro – Formado em 1974, pelo maestro Roberto de Regina, o Coro da Camerata Antiqua de Curitiba reúne cantores com sólida formação musical, sendo uma referência da música vocal, no Brasil. Destacando-se pela originalidade e leveza na interpretação da música barroca e renascentista, incorporou também a música contemporânea, o que imprimiu ao grupo a característica marcante de transitar com sucesso por um vasto e eclético repertório.

Citado pela imprensa europeia entre os dez melhores do mundo, o Coro da Camerata integrou o 18º Festival Corale Internazionale “La Fabbrica Del Canto”, realizado na Itália, em junho de 2009. Na ocasião, o coro curitibano levou quatro programas diferentes para uma série de dez concertos pela região da Lombardia, com início na cidade de Legnano e término em Milão. A participação no festival resultou do sucesso obtido pelo grupo no 8º Simpósio Mundial de Música Coral, que aconteceu em Copenhague (Dinamarca), em 2008.

Essas não foram as primeiras incursões internacionais do Coro da Camerata Antiqua de Curitiba. Em 2006, o grupo realizou uma turnê pela Alemanha, acompanhado da Orquestra de Câmara de Arad (Romênia). No ano seguinte, cantou em Portugal com a Orquestra Sinfônica da Póvoa do Varzim, a convite do 29º Festival Internacional de Música do Algarve. No Brasil, já realizou concertos como convidado da Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo (Osesp), sob a regência de Roberto Minczuk. E, em 2013, levou novamente seu talento à Europa, representando o Brasil na Bienal de Coros, em Aachen (Alemanha).

De 2009 a 2011, o maestro Wagner Polistchuk assumiu a direção artística da Camerata Antiqua de Curitiba (coro e orquestra). Durante os anos de 2009 a 2012, o Coro teve como regente titular a maestrina Helma Haller. Desde 2013, o grupo está sob a direção artística e regência da maestrina cubana Maria Antonia Jimenez, formada em Regência Coral pelo Conservatório de São Petersburgo (Rússia). Residindo no Brasil desde 1995, quando foi convidada pela Fundação Carlos Gomes (Belém do Pará) para ministrar aulas de canto e regência coral, Maria Antonia possui importantes premiações internacionais e é fundadora do Coro Carlos Gomes, com o qual obteve reconhecimento da crítica especializada e do público.

Serviço:
Apresentações do Coro da Camerata Antiqua de Curitiba com o programa “Música Coral Renascentista”, sob a regência da maestrina Maria Antonia Jimenez, na abertura da temporada 2014 de espetáculos patrocinada pelo Ministério da Cultura e pela Volvo.
Datas, horários, locais e ingressos:
- dia 25 de abril (sexta-feira), às 20h, com palestra de Flávio Stein às 19h15, na Congregação Evangélica Luterana São João (Rua Raggi Izar, 528 – Vila Hauer). Entrada franca;
- dia 26 de abril de 2014 (sábado), às 18h30, com palestra de Flávio Stein às 17h45, na Capela Santa Maria Espaço Cultural (Rua Conselheiro Laurindo, 273 – Centro). Ingressos a R$ 30 e R$ 15 (meia-entrada). Pagamento somente em dinheiro.

PROGRAMA
1ª Parte: Música Sacra
Giovanni Pierluigi da Palestrina (Itália, 1525 – 1594)
Sicut Cervus
Tomas Tallis (Inglaterra, c.1505 – 1585)
If ye love me
Orlando di Lasso (Bélgica, 1532 – Alemanha, 1594)
Jubilate Deo
Heinrich Schütz (Alemanha, 1585 – 1672)
Die Himmel erzehlen die Ehre Gottes
William Byrd (Inglaterra, 1543 – 1623)
Vigilate
Tomás Luis de Victoria (Espanha, 1548 – 1611)
Una Hora – Tenebrae Responsories
Gregorio Allegri (Itália, c. 1582 – 1652)
Miserere mei, Deus

2ª Parte: Música Profana
Juan del Encina (Espanha, 1469 – 1529)
Cancionero de Palácio “Senora de Hermosura”
John Dowland (Inglaterra, 1563 – Itália, 1626)
Come again
Orlando di Lasso (Bélgica, 1532 – Alemanha, 1594)
O la, o che bon eccho! e Matona mia cara
Claudio Monteverdi (Itália, 1567 – 1643)
Lasciate mi Morire, Quel Augellin che canta e Si, ch`io vorrei morire
Giovanni Giacomo Gastoldi (Itália, 1550 – 1622)
Viver Lieto voglio (Il bell’humore)
Thomas Morley (Inglaterra, 1557 – 1603)
Fyer, Fyer!
Filippo Azzaiolo (Itália, 1557 – 1569)
Gentil Madonna

Autor: Assessoria de Imprensa/FCC

Fonte: Fundação Cultural de Curitiba

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