23.10.2013 Mostra no Cine Guarani apresenta filmes sobre cultura nipo-brasileira

O Cine Guarani – Portão Cultural exibe de 25 a 31 de outubro a Mostra de Cinema Nikkei de Curitiba, apresentando filmes que retratam a vida dos imigrantes japoneses e de alguns expoentes da arte e da cultura nipo-brasileira. A mostra, composta por filmes de curta e longa-metragem, comemora os 105 anos da imigração japonesa no Brasil.

O fotógrafo Haruo Ohara, o cineasta Hikoma Udihara e o animador Ypê Nakashima são alguns desses imigrantes retratados nos filmes. Eles chegaram e se tornaram caçadores ou produtores de imagens, registrando o seu cotidiano e também as cidades em que viviam, colaborando na composição de uma iconografia sobre a vida dos japoneses no Brasil. Além de Udihara, em Londrina, a cineasta Olga Futemma, em São Paulo, foi um dos que melhor captaram a vida dos imigrantes.

A mostra inclui a produção de Rodrigo Grota, em Londrina, registrando o trabalho de Haruo Ohara e outros japoneses da região, o documentário de Roberval Machado e José Padilha, homenageando o artista Claudio Seto, e o filme de Cacá Vicalvi e Zezo Cintra sobre a artista plástica Tomie Ohtake.

Serviço:
Mostra de Cinema Nikkei de Curitiba
Local: Cine Guarani – Av. República Argentina, 3430
Data: de 25 a 31 de outubro de 2013
Entrada gratuita
Classificação: 12 anos

PROGRAMAÇÃO:

Dia 25 (sexta) – 20h:

PROGRAMA 1 – Curtas Contemporâneos

RETRATO DE HIDEKO (BR, 1981 – 10’ – colorido – documentário – DVD). Direção: Olga Futema
Do mito da boneca perdida típica à mulher do dia-a-dia, quatro gerações da mulher japonesa: a luta pela sobrevivência, o culta às tradições, a adaptação à cidade e a diluição cultural.

CHÁ VERDE E ARROZ (BR, 1989 – 10’ – colorido – ficção – DVD). Direção: Olga Futema
O cinema ambulante japonês nas comunidades do interior paulista, no final da década de 50. Ex-benshi (narrador de filmes japoneses) e seu assistente visitam uma pequena cidade e promovem uma sessão. Tudo é acompanhado por Jo, um garoto que adora cinema. Prêmio Estímulo, 1988 da Secretaria da Cultura do Estado de São Paulo, Melhor figurino no Festival de Gramado, 18, 1990, Gramado, RS, Prêmio do Júri no Festival de Havana, 12, 1990, Havana, Cuba.

HARUO OHARA (BR, 2010 – 16’ – colorido/p&b – ficção – DVD). Direção: Rodrigo Grota.
Biografia do fotógrafo japonês radicado em Londrina, Haruo Ohara (1909-1999). O diretor remonta algumas cenas de fotografias que se tornaram famosas na obra de Haruo, como a do lavrador empunhando a enxada para o céu e a da menina saltando de sombrinha.
Prêmios
Melhor Filme e Melhor Direção no 38o Festival de Cinema de Gramado (RS), 2010.

SATORI USO (BR, 2007 – 17’ – colorido/p&b – ficção – DVD). Direção: Rodrigo Grota
Em ambientação filme noir, falso documentário sobre um poeta que nunca existiu, apresentado por um cineasta imaginário: Jim Kleist. Inspirado na obra poética de Rodrigo Garcia Lopes (autor dos haicais).
Prêmios
Melhor Filme e Melhor Fotografia no 35º Festival de Cinema de Gramado (RS) 2007.

O SAMURAI DE CURITIBA (BR, 2010 – 20’ – colorido – documentário – DVD)
Documentário sobre o roteirista e desenhista Claudio Seto, com enfoque na sua produção de histórias em quadrinhos publicadas nas editoras Edrel e Grafipar entre os anos 60 e 80. Seto dedicou-se a diversos estilos de histórias, como de samurais, de terror, policiais e eróticas. Além dos enredos, foi um dos pioneiros do estilo mangá no Brasil, através da revista O Samurai, publicada na década de 60 pela Edrel. O filme também aborda a questão da censura, já que a publicação dos quadrinhos ocorria durante o governo militar e a maioria das histórias possuía teor erótico.

O GRALHA – O OVO OU A GALINHA (BR, 2002 – 20’ – ficção – colorido/p&b – DVD).
Direção de Animação Edu Moreira Desenhos Natan SS e Edu Moreira Músicas Tokkotai e James Bertish
O Gralha presta homenagem aos super-heróis americanos, de forma irreverente e com cor local. Mais uma aventura do super-heroi curitibano em luta eterna contra seu inimigo mortal, O Craniano.

Dia 26 (sábado) – 20h

PROGRAMA 2 – Curtas Memória Hikoma Udihara
Cenas mudas – duração 1h25min

HIKOMA UDIHARA
Cenas do acervo do cineasta londrinense Hikoma Udihara, preservadas pela Cinemateca Brasileira e restauradas pelo pesquisador Caio Cesaro.

Dia 27 (domingo) – 20h

PROGRAMA 3 – HQ

PICONZÉ (BR/SP, 1972 – 60’ – colorido – ficção – DVD). Direção de arte: Ype Nakashima.
Na pacata vila do Vale Verde, vivem Piconzé, Louro Papo, Chico Leitão. Gustavo Bigodão e seu bando passaram a roubar Vale Verde,.Num assalto, Bigodão rapta Maria Esmeralda, a namorada do Piconzé. Piconzé e sua turma partem para salvá-la. Depois de muitas aventuras, encontram um ermitão que ensina Piconzé a lutar para enfrentar o Bigodão. Piconzé consegue salvar Maria Esmeralda. No fim a paz e tranqüilidade voltam a Vila Verde.

YPÊ NAKASHIMA (BR/SP, 2009 – 60’ – colorido – documentário – DVD). Direção: Hélio Ishii
Documentário sobre a vida do animador Ypê Nakashima, com cenas filmadas por ele mesmo e depoimentos da família.

Dia 29 (terça) – 20h

PROGRAMA 4 – Nikkei

GAMBARÊ OU LIBERDADE (BR/SP, 2005 – 52’ – colorido – documentário – DVD). Direção: José Carlos Lage.
Primeiro filme da série Entretelinhas, o documentário conta a história do bairro da Liberdade, em São Paulo, maior concentração de japoneses fora do Japão e principal ponto de referência comercial e de costumes orientais para a comunidade japonesa no Brasil.

YAMI NO ICHI NICHI – O CRIME QUE ABALOU A COLÔNIA JAPONESA NO BRASlL (BR/SP, 2012 – 82’ – colorido – documentário – DVD). Direção: Mario Jun Okuhara
Traz a saga de Tokuichi Hidaka, que, em 1946, aos 19 anos de idade, foi um dos autores do assassinato do coronel Jinsaku Wakiyama, líder de uma entidade denominada Shindo Renmei (Liga dos Caminhos dos Súditos). Entregou-se à polícia com o restante do grupo e cumpriu 15 anos de prisão. Em liberdade, sofreu a punição da colônia japonesa: foi discriminado, condenado ao ostracismo, sem oportunidade para contar a sua versão. Décadas mais tarde, Hidaka inicia uma busca por amigos e pessoas desse período para reconstruir a memória da época e encontrar o sentido da sua vida no Brasil. Nesta versão do documentário, integrantes da família Wakiyama falam do papel exercido por Jinsaku na comunidade nipo-brasileira paulista dos anos 1940 e expõem seu ponto de vista sobre os fatos.

Dia 30 (quarta) – 20h

PROGRAMA 5 – Trânsitos

PERMANÊNCIA (BR/SP, 2006 – 70’ – colorido – documentário – DVD). Direção: Hélio Ishii
Vida dos dekasseguis que moravam em São Paulo no Japão.Conflito de identidades.

OU EST LE SOLEIL | ONDE ESTÁ O SOL (2011, França/Brasil – 52’ – colorido – documentário – DVD). Direção: Claire-Sophie Dagnan
Entre São Paulo e Tóquio, Dudu Tsuda, Letícia Sekito e Henrique Kimura são artistas brasileiros. Como muitos outros, são nikkei, nascidos no Japão ou descendentes de imigrantes japoneses , que estavam certos de voltar ao país de seus ancestrais. Nove retratos de artistas e suas obras questionando as diferenças culturais, os modos de ver, de ser e reconhecer como plural o outro. Este filme reconta suas trajetórias pessoais, em busca de um lugar na sociedade, de um lugar ao sol, mesmo durante os tempos mais conflituosos.

Dia 31 (quinta) – 20h

PROGRAMA 6 – Arte

À FLOR DA PELE (BR/SP, 2002 – 52’ – colorido – documentário – DVD). Direção: Betina Turner
Um documentário que aborda alguns aspectos da cultura nipo-brasileira contemporânea. Fragmentos, pinceladas, movimentos através dos quais os imigrantes e seus descendentes se expressam e revelam a síntese do hibridismo, de sua cultura, de sua alma. O eixo narrativo se desenvolve a partir dos espetáculos solo de Susana Yamauchi:À Flor da Pele e A Face Oculta. O vídeo mostra a participação da bailarina e coreógrafa no projeto Yugen, quando realizou intervenção na instalação de Tomie Ohtake.

TOMIE OHTAKE (BR, 2003 – 60’ – colorido/p&b – documentário – DVD). Direção: Cacá Vicalvi e Zezo Cintra
Edição de várias entrevistas e depoimentos de Tomie Ohtake dados à tevê nos últimos anos.Tomie não fala muito, mas como na sua pintura, a gestualidade revela a sua grandeza. O DVD reúne os documentários e registros de imagens de O Traço Essencial, Tomie por Haroldo de Campos, Tomi-es e Arcos.

 

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Autor: Assessoria de Imprensa

Fonte: Fundação Cultural de Curitiba

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