14.06.2011Coro da Camerata se apresenta com percussionista de fama internacional

Na agenda musical deste fim de semana, o destaque fica para o concerto que o Coro da Camerata Antiqua apresenta na Capela Santa Maria, tendo como regente convidada a maestrina Angela Pinto Coelho e a participação de Djalma Corrêa, um dos maiores percussionistas brasileiros. No programa está a Missa Afro-Brasileira (de Batuque a Acalanto), do maestro e compositor mineiro Carlos Alberto Pinto Fonseca. O espetáculo, com sessões às 20h de sexta-feira (17) e às 18h30 de sábado (18), na Capela Santa Maria, integra a temporada 2011 patrocinada pela Volvo.

Para a execução da grandiosa obra, também sobem ao palco o Madrigal Vocale, sob a regência de Bruno Spadoni, e os percussionistas curitibanos Alexandre Schimmelpfeng, Vina Lacerda e Luís Fernando Diogo. Os solos estarão a cargo de integrantes do próprio Coro da Camerata: Darci Almeida (soprano), Fátima Castilho (contralto), Alexandre Mousquer (tenor) e Marcelo Dias (baixo). Uma feliz união de talentos para levar ao público uma missa que, na análise de muitos especialistas, tenta abolir as barreiras entre o sacro e o profano, o erudito e o popular.

Composta em 1971, originalmente para coro misto “a capella” (canto sem acompanhamento instrumental), a Missa Afro-Brasileira (de Batuque a Acalanto) destaca o sincretismo religioso, um amálgama de doutrinas ou concepções heterogêneas presente nos cultos afro-brasileiros. Considerada uma das mais importantes criações de Carlos Alberto Pinto Fonseca (1933 – 2006), a composição apresenta alternâncias e, muitas vezes, superposições de textos em latim e em português. O batuque é representado pelos ritmos mais percussivos de origem afro. O acalanto, por sua vez, pelas canções de ninar, as cantigas de roda, além da marcha-rancho, do choro e do samba-canção.

A obra, premiada em 1976 pela Associação Paulista de Críticos da Arte, tem sido apresentada com grande sucesso nos Estados Unidos, Europa e em países da América do Sul, consagrando a produção de Carlos Alberto, que deixou um vasto acervo de peças para coro, instrumentos solistas, canto e piano, bem como vários arranjos de peças do folclore popular brasileiro.

“O autor mergulhou nas raízes da sonoridade afro para tentar compreender os detalhes e a influência do povo africano, tudo isso aliado à mistura cultural mineira e portuguesa”, ressalta a maestrina Ângela Pinto Coelho, que é viúva do compositor. Atualmente, Ângela exerce a função de regente titular da Orquestra Sinfônica Jovem do Palácio das Artes e da Orquestra de Câmara e Coro Carlos Alberto Pinto Fonseca, grupos de Minas Gerais.

Percussão – A apresentação da Missa é enriquecida pela utilização de instrumentos de percussão genuinamente africanos, comandados pelo percussionista Djalma Corrêa, ao lado dos instrumentistas curitibanos Alexandre Schimmelpfeng, Vina Lacerda e Luís Fernando Diogo. Segue-se, assim, a proposta do compositor, que deu uma grande importância ao ritmo, elemento vital nas religiões afro-brasileiras.

Nascido em Minas Gerais, mas vivendo na Bahia desde os 17 anos, Djalma Corrêa fez sua estreia no show “Nós, por Exemplo”, de 1964, com os amigos Caetano, Gil, Gal, Bethânia e Tom Zé, sendo que, 12 anos mais tarde, também participou da formação do grupo Doces Bárbaros, tornando-se nome de relevo do Tropicalismo. Em 1970, criou o grupo de música e dança Baiafro, com o qual excursionou por vários países.

Considerado um dos mais completos percussionistas do mundo, com técnicas que ultrapassam a mera utilização rítmica dos instrumentos, Djalma Corrêa é responsável por trilhas sonoras para cinema e teatro, entre elas a execução percussiva para a trilha sonora de Peter Gabriel, composta para o filme “A Última Tentação de Cristo”, de Martin Scorsese. Nos últimos anos, o instrumentista tem desenvolvido a percussão sob um enfoque didático, promovendo oficinas no Brasil e no exterior, quando aborda suas pesquisas sonoras, métodos criativos, arranjos e apresentação instrumental.

Serviço:

Concerto do Coro da Camerata Antiqua de Curitiba, sob a regência da maestrina convidada Angela Pinto Coelho, com a participação de Djalma Correa, Madrigal Vocale e os percussionistas Alexandre Schimmelpfeng, Vina Lacerda e Luís Fernando Diogo. No programa está a Missa Afro-Brasileira (de Batuque a Acalanto), do maestro e compositor mineiro Carlos Alberto Pinto Fonseca. O espetáculo integra a temporada 2011 patrocinada pela Volvo.

Datas e horários: dia 17 de junho (sexta-feira), às 20h; e dia 18 de junho de 2011 (sábado), às 18h30.

Local: Capela Santa Maria – Espaço Cultural (Rua Conselheiro Laurindo, 273 – Centro)

Ingressos: R$ 15 ou R$ 7,50 (meia-entrada)

Autor: Fundação Cultural de Curitiba

Fonte: Assessoria de Imprensa

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