11.01.2016Oficina de Música é a "praia" de verão para 1,8 mil alunos de 128 cursos oferecidos

Um passeio pelas salas de aula e corredores da 34.ª Oficina de Música de Curitiba, na Pontifícia Universidade Católica (PUC-PR), é uma imersão na história da arte universal e uma percepção do encontro de pessoas apaixonadas pela técnica da composição e da execução das peças musicais, da magia criativa e sensitiva de quem se dedica a captar e fazer música.

Na PUC estão sendo realizados 40 cursos de música erudita e antiga, com 66 professores, assistentes e correpetidores – 47 brasileiros e 19 estrangeiros. No total, 128 cursos acontecerão até o dia 27, incluindo os da fase popular, com a participação de 187 profissionais que ministram aulas e 1,8 mil alunos.

A Oficina é dos poucos momentos no ano em que o músico maringaense Guilherme Sanches consegue encontrar pessoas que, como ele, se dedicam a estudar e tocar alaúde. Ele diz ser o único estudante do instrumento em sua cidade e, por isso, o mês de janeiro é uma temporada de muito estudo para esse bacharel em Música pela Universidade Estadual de Maringá (UEM), que todos os anos vem à Curitiba participar da Oficina.

“É uma oportunidade de ter aulas com professores renomados no mundo inteiro e de interagir. É maravilhoso porque no dia a dia estudo sozinho”, conta.

Anderson de Lima, que estuda alaúde e guitarra barroca no Conservatório Superior de Música “Manuel De Falla” de Buenos Aires, Argentina, é uma das pessoas que Guilherme conheceu em outras edições e que participa pela sexta vez da Oficina de Música de Curitiba. Ele também bloqueia sua agenda para priorizar a viagem à capital paranaense em janeiro porque vê nesse encontro a possibilidade de fazer música em conjunto com pessoas vindas de diferentes lugares e que dividem essa mesma paixão pela música antiga.

Ao lado da soprano, que veio de Campinas (SP), do gaúcho de Porto Alegre, que toca cravo, e do paraense na execução da flauta transversal barroca, o estudante de Buenos Aires ensaia em um grupo criado espontaneamente na Oficina, a partir dessa afinidade. Eles apresentarão uma ária da “Cantata do Café”, peça profana do compositor Johann Sebastian Bach, no concerto de encerramento dos alunos de música antiga no dia 16 (sábado), às 15h30, no Teatro do Paiol. O grupo ainda procura um músico de violoncelo para concluir essa formação.

Formação integral

Rafaele Maria de Andrade estudante do 4º ano de Composição e Regência da Escola de Música e Belas Artes do Paraná, é de Curitiba e todos os anos, nessa época, justifica para parentes e amigos sua imersão na música clássica e a ausência dos planos de passar as férias com a família fora da cidade. “Minha irmã veio de longe e reclama que não vou para a praia com eles, mas é a oportunidade que a gente tem aqui de encontrar pessoas de fora, trocar experiências e é preciso aproveitar”, disse.

Rafaele ainda destaca que a Oficina possibilita uma formação mais integral da produção musical. “A possibilidade de aliar a composição com a produção e ter essa visão do processo todo é muito motivadora”, acrescenta. “Muitas vezes a gente compõe para guardar. No tempo em que a gente está aqui na Oficina, tem de criar, compor, produzir e apresentar”, diz a curitibana. Rafaele escolheu estudar composição e regência por causa do seu interesse em pesquisa musical. “Vim da música popular, mas sempre quis saber mais como funciona o processo cognitivo, por que a música é tão prazerosa, como levar esse prazer às pessoas”, diz.

Para os estudantes de Brasília Pedro Cardoso e Bruno de Castro da Cunha, que participam pela primeira vez da Oficina em Curitiba, o contato com professores de outros estados e países, que são referências na área em que eles atuam, enriquece em muito o conhecimento e a prática musical. Pedro é formado em composição pela Universidade de Brasília (UnB) e estuda cravo na Escola de Música de Brasília, uma instituição do governo distrital. Já Bruno estuda piano na UnB. Para ele, essa é uma experiência profissional e pessoal que vai agregar muito na sua formação.

Pela primeira vez em Curitiba, Larissa Rosa, de São Paulo, aproveita cada momento fora das aulas para se preparar para a apresentação da orquestra de música barroca da Oficina, no próximo final de semana. Estudante do 6º ano de violoncelo do Instituto Baccarelli e integrante da Orquestra Juvenil de Heliópolis, ela toca desde os 12 anos de idade, mas se considera tímida e determinada a vencer o nervosismo na hora de apresentar seu trabalho individualmente nas aulas. “Tinha vontade de conhecer mais pessoas, sair e explorar. A Oficina para mim significa a gente perceber o nível das pessoas que estão tocando e não se acomodar”, afirma. “Na orquestra, a execução se esconde atrás do naipe e essa é uma situação confortável”, conta. Para ela, o desafio nas aulas da Oficina de Música é mostrar o talento individual e tocar sozinha sempre que a participação é exigida.

Programação

Além dos cursos, na 34.ª Oficina também são realizadas 105 atividades artísticas, entre concertos, shows, palestras, exibição de filmes e oficina verde.

Os concertos e recitais de encerramento da fase erudita da 34ª Oficina de Música de Curitiba acontecem no próximo final de semana, sexta-feira (15) e sábado (16). A programação das apresentações que fecham essa primeira fase de trabalhos pode ser acessada pela página do evento: www.oficinademusica.org.br.

Autor: Assessoria de imprensa da FCC

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