07.01.2016Últimos dias para ver a arte em 3D de Daniel Duda no Muma

Mostra do artista curitibano confronta expectador com linha tênue entre real e virtual e já teve 2 mil visitantes

Termina neste domingo (10), no Museu Municipal de Arte (Muma), a exposição “Sólidos”, em que o artista visual curitibano Daniel Duda reúne imagens e objetos produzidos com tecnologia de impressão em três dimensões que transitam entre o meio digital e a concretude física. Desde a abertura, em 5 de novembro, aproximadamente 2 mil pessoas já visitaram a mostra.

Os quatro vídeos, e sete trabalhos que compõem Sólidos produzidos em 2015 mesclam fotografias e objetos impressos em 3D que propõem tornar explícita ao expectador a maneira como o meio digital constrói objetos ficcionalmente tangíveis e, acima de tudo, a sutil troca entre meio e tecnologia.

Ao buscar, na natureza, elementos como pedaços de troncos de árvores ou pedras, e meticulosamente reproduzi-los em três dimensões em cores primárias, o artista propõe ao público uma reflexão sobre o uso da tecnologia no discurso da arte, sua relação com a imagem e principalmente seu crescente uso em nichos comuns da sociedade de consumo.

O ponto de partida de “Sólidos” é um tríptico de três peças mimetizadas de um pedaço de tronco de árvore. Eles foram escaneados com auxílio de laser para serem meticulosamente reproduzidos em impressora 3D.

“As peças foram impressas em vermelho, amarelo e azul. O processo industrial de cópia e montagem para posterior desconstrução em cores primárias reforça o caráter de imagem, de signo, de vestígio do real. O que busco é estudar as intersecções entre real e digital, construindo objetos a partir de dados imateriais (como ondas sonoras, códigos binários de cores, projetos e escaneamento de objetos em três dimensões) e transladá-los para estruturas reais”, afirma Duda.

O artista
Daniel Duda é artista visual. Vive e produz em Curitiba, Brasil. É bacharel em Cinema e Vídeo e pós-­graduado em História da Arte Moderna e Contemporânea pela Escola de Belas Artes do Paraná. Seu trabalho investiga os diálogos entre real e artificial, imagem e representação, seja em fotografias, vídeos ou objetos.
Duda iniciou sua pesquisa de poéticas visuais em 2005, com o objetivo de construir imagens ou objetos que explicitem de que maneira ocorre a sutil troca entre homem/máquina e meio/tecnologia. Pretende, dessa forma, recuperar e estabilizar os vestígios materiais advindos das novas tecnologias de criação digital.
Foi contemplado com a Bolsa Produção para Artes Visuais da Fundação Cultural de Curitiba e participou de exposições e salões que incluem uma individual em Curitiba denominada “Caracteres” (Museu da Gravura, em 2 008), e cinco edições do Festival Internacional de Linguagem Eletrônica (File), o mais importante encontro de arte digital da América Latina, em São Paulo (2009, 2011 e 2015) e Rio de Janeiro (2010 e 2012).
Foi selecionado para o 64o Salão Paranaense, em 2012, em que foi agraciado com o prêmio Residência Artística. Em 2013, fez parte da Bienal Internacional de Curitiba. Recentemente, ganhou o prêmio do 6o Salão dos Artistas Sem Galeria, realizado na Galeria Zipper e Casa da Xiclet, em São Paulo.

Serviço
"Sólidos", exposição de Daniel Duda
Visitação de terça a domingo, das 10 às 19h
Até 10 de janeiro de 2016
Museu Municipal de Arte/Portão Cultural
Avenida República Argentina, 3.432, Portão, Curitiba/PR
Entrada gratuita

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