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16.09.2015Fundadores da Camerata Antiqua retornam à sede do grupo para apresentações
Esta é uma semana que promete ser histórica para a Camerata Antiqua de Curitiba. Na Capela Santa Maria, o grupo terá a presença de seus fundadores para eventos distintos. O carioca Roberto de Regina, maestro emérito do grupo, será responsável pela regência do Coro da Camerata nos concertos que acontecem às 20h de sexta-feira (18) e às 18h30 de sábado (19), sob o tema ‘Bach e os Mestres da Renascença’. Na quarta-feira (23), às 20h, a cravista Ingrid Seraphim, fundadora da Camerata, lança seu novo álbum “Música francesa para cravo e piano”.
Nos concertos, o maestro Roberto de Regina, dedica a primeira parte a Johann Sebastian Bach (1685-1750). São duas peças de Motetos, ímpares no conjunto de obras do compositor,que se caracterizam por serem escritas para no mínimo quatro vozes, cantadas geralmente nas igrejas.
Outros mestres da renascença fazem parte da continuação do Programa, com composições de Pierre Passereau (c. 1509-1547), Antonius Scandellus (1517-1580), Francis Pilkington (c. 1570-1638), entre outros. Nessas obras esperam-se várias melodias cantadas ao mesmo tempo, ou seja, o estilo polifônico de músicas renascentistas.
Nos 45 minutos que antecedem os concertos, a palestrante Elisabeth Prosser (Paraná), historiadora social da arte paranaense, e professora de História da Música na Embap (Unespar), fará um resgate da história e importância das músicas na época.
Álbum
Para o lançamento do álbum “Música francesa para cravo e piano”, de Ingrid Seraphim, a cravista e pianista sobe com músicos amigos ao palco da Capela Santa Maria, para interpretar obras dos barrocos Rameau e Couperin e dos impressionistas Debussy e Ravel.
O repertório do álbum nasceu do desejo de Ingrid gravar a obra de Claude Debussy, que a acompanhou por toda a vida. Mas a ideia de também trazer, em um mesmo trabalho, obras de Ravel e dos compositores Rameau e Couperin, surgiu do produtor Alvaro Collaço. “É a síntese da carreira de Ingrid, que se dedicou tanto ao piano quanto à Música Antiga”, destaca Collaço, que diz que a ideia, por sua vez, veio sob inspiração do cravista e regente Roberto de Regina. “Ele sempre falava que os dois impressionistas – Ravel e Debussy – se inspiravam em Rameau e Couperin”, lembra Ingrid. O resultado da empreitada, comenta ela, é um perceptível diálogo entre os expoentes das duas escolas, barroca e impressionista.
Maestro
Nascido no Rio de Janeiro em 1927, Roberto de Regina estudou música antiga com membros da Pró-Música de Nova Iorque (EUA), regência coral com Robert Shaw e construção de cravo com Frank Hubbard. Fundou grupos de música antiga como o Coral Bach do Teatro do Estudante, Coral Bach de O Tablado, Coro de Câmara Dante Martinez, Conjunto Roberto de Regina e a Camerata Antiqua de Curitiba (Coro e Orquestra), que em 2014 comemorou 40 anos de existência. Também é o responsável pela construção do primeiro cravo brasileiro e pela gravação dos dois primeiros discos de cravo e música antiga no país.
Embora seja amplamente reconhecido como um dos maiores cravistas do Brasil, com 26 álbuns e cinco DVDs gravados, Roberto de Regina possui outras facetas menos divulgadas. É médico anestesista, profissão que exerceu durante anos, paralelamente à música, e também um exímio artesão, construindo miniaturas de veículos – carros, embarcações e aviões – e de catedrais e castelos.
Sua coleção de miniaturas está exposta em um museu aberto ao público, com visitas agendadas. Chamado de Museu Ronaldo J. Ribeiro, situa-se na própria residência do maestro, a Capela Magdalena, um sítio em Guaratiba na Zona Oeste do Rio de Janeiro. Entre os destaques da coleção consta a maquete de uma cidade europeia fictícia, com teatros, cinemas, igrejas e bondes. Outra atração da Capela Magdalena, ambiente de cultura e entretenimento, é o concerto seguido de jantar com ambientação de época. O programa musical-gastronômico, que encanta os visitantes desde 1991, começa com a recepção por pajens trajados com roupas de época, que conduzem os visitantes por um caminho iluminado por tochas. Roberto de Regina inicia o recital no cravo que ele próprio modelou, seguido por degustação de vinhos e pratos indianos e tailandeses.
Autor: Assessoria de Imprensa
Fonte: FCC
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