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27.03.2017Órgão de tubos, o presente de Curitiba para a Camerata Antiqua de Curitiba

A leveza e a sonoridade transmitidas pelos instrumentos e habilidade dos músicos, durante um concerto, vai muito além do que a imaginação pode alcançar. Exige o talento e a sensibilidade de quem também constrói o instrumento.

Em comemoração aos 324 anos de Curitiba, a Capela Santa Maria ganhou um órgão de tubos com 204 flautas e quatro timbres, construído especialmente, para este espaço e esta Orquestra. Um presente aguardado há anos pelos músicos, conta Francisco Freitas Junior, integrante da Camerata e representante dos músicos. “Adquirimos um instrumento de qualidade feito por um profissional , respeitado no Brasil. Com certeza o novo órgão enriquecerá nossos concertos por ter uma variedade de timbres e maior potência sonora”, avalia. O instrumento com mais de 3 mil peças, feitas manualmente, levou seis meses para ficar pronto. Um projeto que superou as perspectivas do próprio inventor, o construtor de órgãos, Manfred Ronald Worlitschek, “a construção de um instrumento é um trabalho muito detalhado, exige conhecimento de música, acústica, matemática, física, marcenaria e ainda tem que saber usar materiais como o couro e os metais. Os instrumentos mais modernos exigem também conhecimento de elétrica e eletrônica”, explica. No Rio Grande do Sul, Estado que escolheu para viver quando chegou da Alemanha, ele construiu um órgão de 35 timbres, 2.204 flautas, para a Universidade Luterana do Brasil (Ulbra), o maior construído por ele até hoje.

O talento e a sensibilidade de Manfred despertaram cedo, ainda criança. “Desde pequeno eu sonhava com uma profissão que tivesse uma grande abrangência e me encontrei como construtor de órgãos de tubo”, lembra o construtor que há 38 anos dá vida aos instrumentos.

Mas para que tudo funcione harmoniosamente mais dois profissionais entraram em cena, o técnico afinador de pianos, Donizete Bonifácio e o organista Ricardo Herrmann. O órgão foi montado por Manfred, dentro da Capela Santa Maria e antes de ser finalizada a montagem, o técnico afinador, formado pela fábrica de pianos Essenfelder, faz as regulagens necessárias para que o som seja o mais belo possível. “A madeira ganha vida ao se transformar em instrumento, você passa mão na madeira para a construção da tábua harmônica, é como se fosse um rio, que dá a você a direção, se seguir essa direção, você constrói um instrumento imbatível”, diz Bonifácio. Depois de afinado, a vez é do organista, as mãos hábeis de Herrmann e a sonoridade emitida demonstram que o trabalho de Manfred e Bonifácio foi perfeito, maravilhoso, define ele “é um instrumento primordial, principalmente para a Camarata que cultiva a música vocal de Dieterich Buxtehude, Johann Sebastian Bach, Georg Friedrich Händel, François Couperin e outros compositores Barrocos”.

Camerata 43 anos – Fundada em 1974, pelo maestro Roberto de Regina e a cravista Ingrid Seraphim, a Camerata Antiqua de Curitiba tem como mantenedora a Fundação Cultural de Curitiba. É formada por um coro e orquestra de câmara. Inicialmente a proposta de repertório da Camerata baseava-se na interpretação e na pesquisa da música antiga. Após vários anos de dedicação exclusiva à música do período Barroco e ao da Renascença, o grupo passou a se dedicar também ao repertório de compositores contemporâneos nacionais e estrangeiros. Suas várias apresentações no Brasil e no Exterior mostram a versatilidade do grupo, graças à capacidade técnica de seus músicos na interpretação da música antiga e contemporânea. O coro da Camerata conta com 20 cantores que foram orientados tecnicamente por Neyde Thomas, e a orquestra com 20 instrumentistas de cordas.

Temporada 2017 – A Camerata Antiqua de Curitiba abre a temporada de concertos 2017 com a obra ‘Paixão Segundo São Mateus’ de Johann Sebastian Bach (1685-1750). Com regência de Abel Rocha.
 

Autor: Comunicação Social

Fonte: Fundação Cultural de Curitiba

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